Presidente
reuniu-se com Paulo Guedes no Ministério da Economia
A
reforma da Previdência é o primeiro passo para ampliar a liberdade
econômica, disse há pouco o presidente Jair Bolsonaro. Ao sair de
visita de cerca de uma hora ao Ministério da Economia com o ministro
Paulo Guedes, ele declarou que o país corre o risco de quebrar se
não conseguir reequilibrar as contas públicas.
“A
outra alternativa, se o Brasil continuar tendo déficit ano a ano, é
imprimir moeda. Eu acho que, se for imprimir moeda, você sabe o que
vem atrás. É inflação. Outra é conseguir empréstimo lá fora.
Será que querem emprestar para nós? Com qual taxa de juros? Então,
não temos outra alternativa. A reforma da Previdência é o primeiro
grande passo para nós conseguirmos nossa liberdade econômica”,
declarou Bolsonaro.
Armadilha
O
ministro Paulo Guedes disse que a reforma da Previdência é
imprescindível para tirar o país da armadilha do baixo crescimento.
Segundo ele, as mudanças nas regras de aposentadoria abrem espaço
para o país crescer de forma sustentável por até 15 anos, com
retomada do investimento interno e atração de capitais externos.
“Assim
que aprovadas as reformas, o Brasil retoma seu caminho de crescimento
econômico sustentável. O crescimento estava em torno de 1,5% [por
ano], mas, nos últimos dez anos, o crescimento foi de 0,5%. O Brasil
está prisioneiro de uma armadilha de baixo crescimento, e nós vamos
escapar dela com as reformas. A reforma da Previdência abre um
horizonte de 10 a 15 anos de recuperação do crescimento”,
declarou Guedes.
Agenda
O
ministro ressaltou que o governo prepara uma agenda positiva para
destravar a economia depois da aprovação da reforma da Previdência.
“Nós vamos começar a simplificar e a reduzir os impostos, vamos
fazer a descentralização para estados e municípios. E o Brasil, de
julho em diante, estará crescendo de novo. Essa é a verdade a
respeito do crescimento”, acrescentou Guedes.
Contingenciamento
Sobre
o contingenciamento (bloqueio) de cerca de R$ 30 bilhões do
Orçamento, Bolsonaro disse que o corte foi necessário porque as
previsões de receitas têm caído. Ele explicou que a educação não
sofreu contingenciamento, mas remanejamento de recursos para outras
áreas.
“O
ideal é que o Orçamento seja cumprido em sua íntegra, mas a
expectativa de receita tem caído. Em relação à educação [à
diminuição de recursos para educação], não é contingenciamento
essa última ação do respectivo ministro, mas realocação de
recursos para outra área”, disse o presidente.
Guedes
negou que o Minha Casa, Minha Vida, programa habitacional para
famílias de baixa renda, tenha sofrido cortes. Segundo o ministro, o
programa está sendo reavaliado, mas a Caixa Econômica Federal, que
administra os financiamentos, continua a liberar os recursos
normalmente.
“Está
havendo conversas do ministério [da Economia] com o presidente da
Caixa. Eles estão recalibrando [o Minha Casa, Minha Vida]. Porque,
se existem 70 mil casas devolvidas e 60 mil não terminadas, tem
algum problema no programa. Mas estamos seguindo normalmente enquanto
fazemos a reavaliação”, assegurou Guedes.
China
Sobre
as declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, de que
os Estados Unidos podem voltar a aumentar tarifas comerciais para a
China, Paulo Guedes disse que as turbulências externas não
atrapalhariam a recuperação da economia brasileira. Isso porque o
Brasil está na contramão da maior parte do mundo em relação ao
crescimento econômico.
“O
mundo, depois de crescer por vários anos estimulado pelos Bancos
Centrais, está em desaceleração. Em franca desaceleração. E o
Brasil, é o contrário. O Brasil, que era prisioneiro de uma
armadilha de baixo crescimento dos últimos dez anos em 0,5% ao ano,
vai recuperar seu crescimento econômico pelo caminho das reformas”,
afirmou o ministro.
Reunião
Bolsonaro
chegou ao Ministério da Economia às 14h30 para uma visita a Paulo
Guedes. Por cerca de uma hora, ele reuniu-se no auditório do prédio
com o ministro, secretários especiais, secretários adjuntos,
secretários, chefes de gabinete, assessores especiais e assessores.
Segundo participantes do encontro, o presidente fez um pequeno
discurso e ouviu opiniões dos participantes.
Fonte:
EBC
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