Após
o primeiro dia de reuniões para
tentar chegar a um acordo em torno da tabela de piso mínimo de
frete, caminhoneiros, transportadoras e embarcadores demonstraram
otimismo na construção de um consenso até o final da semana. Hoje,
as reuniões foram marcadas pela apresentação das propostas para a
correção de valores pagos pelo transporte de carga por parte dos
caminhoneiros.
Segundo
os caminhoneiros, a resolução da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), suspensa no dia 22 de maio, só trazia
a previsão do custo mínimo para o frete, deixando de fora a
remuneração do caminhoneiro autônomo pela carga transportada. A
resolução suspensa determinava que o cálculo do piso mínimo
passaria a considerar 11 categorias na metodologia.
Na quarta-feira
(24), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas,
disse que a proposta que está na mesa envolve a realização de
acordos coletivos entre a categoria e transportadoras e
embarcadores para resolver uma das principais reivindicações dos
caminhoneiros, um ajuste no piso mínimo de frete de transporte
rodoviário de cargas para prever a possibilidade de lucro para os
caminhoneiros autônomos.
De
acordo com o ministro, os acordos devem ser fechados com cada um dos
segmentos, inclusive para resolver demandas pontuais. A proposta
de consenso também prevê a revisão dos custos mínimos da tabela a
cada seis meses e que os acordos tenham periodicidade de um ano.
"A
gente trabalhou esses dias todos em como seria a nossa projeção das
11 categorias, duas não vieram porque acham que o mercado ainda está
colocando [o valor de frete correto], mas os demais apresentaram seus
números", disse após a reunião o presidente do Sindicato dos
Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS), Carlos
Alberto Litti Dahmer. "A gente apresentou os número e estamos
aguardando que venha o retorno do outro lado o mais breve possível
para que a gente possa finalizar esse processo de negociação",
acrescentou.
Questionado
se as negociações poderiam durar mais do que o esperado, Dahmer
disse que a categoria está preparada, que a "bola" agora
está com os outros segmentos e que a finalização das negociações
vai depender do tempo de resposta de embarcadores e transportadoras.
"É difícil de ver o interesse do outro lado. De nossa parte,
estamos preparados para tudo, tanto para que [o processo] seja
rápido, quanto para demorar um pouco mais", afirmou.
A
avaliação otimista das negociações também foi compartilhada pelo
vice-presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de
Combustíveis e Derivados de Petróleo do Rio de Janeiro (Sindiforça)
Ailton Gomes. "Hoje os grupos se reuniram e cada um
apresentou a sua proposta, tanto da parte de carga liquida, quanto
dos autônomos e acredito que amanhã deve sair um fechamento. Se não
sair, no mais tardar, sexta-feira devemos ter uma
notícia boa", disse.
Segundo
Ailton Gomes, o segmento de transporte de granel liquido foi o que
mais avançou. "Todas as categorias de hoje apresentaram
os números e as tabelas de percentuais para ver se a gente chega a
um denominador comum entre os embarcadores, transportadores e
autônomos. A parte de carga liquida já está praticamente feito,
falta alguns detalhes só com os embarcadores", afirmou. "Agora
eles vão olhar os números que foram apresentados e amanhã a gente
vai fazer o fechamento, pode ter um desacordo daqui ou de
lá, mas deve sair tudo bem", acrescentou.
Fonte: EBC
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