Por Neilson Faria
As eleições são quase sempre campos de batalhas em que os eleitores escolhem um lado, um pacotinho de ideias e uma dose de retórica agradável aos seus ouvidos e vão à luta — digladiando inimigos, justiçando falsos amigos e construindo uma vitória ou absorvendo a dor da derrota.
As eleições são quase sempre campos de batalhas em que os eleitores escolhem um lado, um pacotinho de ideias e uma dose de retórica agradável aos seus ouvidos e vão à luta — digladiando inimigos, justiçando falsos amigos e construindo uma vitória ou absorvendo a dor da derrota.
O problema é que essa guerra
eleitoral deixa sequelas profundas nos seus militantes e há quem não
consiga se recuperar rapidamente.
As eleições são quase sempre
campos de batalhas em que os eleitores escolhem um lado, um pacotinho
de ideias e uma dose de retórica agradável aos seus ouvidos e vão
à luta — digladiando inimigos, justiçando falsos amigos e
construindo uma vitória ou absorvendo a dor da derrota.
O problema é que essa guerra
eleitoral deixa sequelas profundas nos seus militantes e há quem não
consiga se recuperar rapidamente.
Os sequelados podem sofrer por
anos e quase sempre manifestam sintomas psicossomáticos como falta
de audição seletiva, dificuldade de leitura, dissociação da
realidade e uma extrema perda do senso de proporções.
No âmbito político, eu chamo
esse conjunto de sintomas de Ranço Eleitoral — uma espécie de
doença de ordem psicológica.
Não tem problema algum em se
manter um certo nível de ranço quando termina alguma eleição.
É normal, natural e, em
condições normais, ele tende a diminuir com o passar do tempo,
podendo ou não desaparecer até o próximo ciclo eleitoral.
A grande novidade pós 2018 foi
a indução gradativa e programática do ranço eleitoral de forma a
mantê-lo ativo no paciente e até mesmo potencializá-lo.
Alguns eleitores que tiveram
seus candidatos prediletos derrotados em 2018 e, portanto, portadores
de uma forma aguda de ranço eleitoral, por um acaso, têm voz e
audiência em veículos de mídia mainstream. São jornalistas,
editores, artistas, politiqueiros ou subcelebridades.
Esses grupos vêm alimentando o
ranço diário dos eleitores que já manifestariam os sintomas num
ambiente normalizado e por isso já se encontram debilitados.
As várias doses diárias de
ranço injetadas diretamente na veia dos mais fracos criam um
macroambiente doente, pesado, contaminado e de difícil imunização.
É impossível discutir
seriamente qualquer assunto com um portador de ranço eleitoral.
O ranço em demasia cria a
aversão, o ódio e, em última instância, a completa perda da
realidade fática — levando o então portador desse mal a uma vida
de ilusões distópicas e afastamento definitivo do mundo real.
Se alguém odeia outrem ou
alguma coisa, não há absolutamente nada que esse outrem ou essa
coisa poderia demostrar de positivo que reduzisse os sintomas do
ranço de forma a levar os pacientes a uma reflexão mais profunda
sobre qualquer assunto.
Não há voltas a dar.
O tratamento recomendado para os
casos ainda passíveis de recuperação é bastante repouso,
bom-senso 3x ao dia e completo afastamento das mídias tradicionais.
Se as recomendações forem
seguidas para sempre, o ranço tende a diminuir drasticamente, pelo
menos até o próximo ciclo eleitoral.
Os pacientes indispostos a se
submeter ao tratamento não podem e não devem ser confrontados.
O processo de cura é
personalíssimo e cada um tem o seu tempo.
O enfrentamento só gera mais
ranço.
Seja compreensivo com o paciente
e, se ele for alguém próximo que você realmente se importa, vez ou
outra, tente rir dos sinais claros do ranço. Ria com ele, nunca
dele.
Afinal, nós nunca sabemos se ou
quando nossos amigos serão vitimados pela manifestação mais aguda
e fatal do ranço: a morte intelectual.
Leia também: 570 NOVOS CASOS DE SARAMPO REGISTRADOS NO BRASIL
Leia também: 570 NOVOS CASOS DE SARAMPO REGISTRADOS NO BRASIL
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.