Especialistas
do mercado financeiro comentam ciclo de cortes na taxa básica de
juros.
Na
última quarta-feira (30), ocorreu a penúltima reunião do Comitê
de Política Monetária do Banco Central (Copom) deste ano. Seguindo
a tendência anterior, o corte foi de meio ponto percentual, levando
a taxa de 5,5% para 5%.
O
mercado já havia precificado a queda e mantém a mesma previsão
para a próxima reunião, que acontecerá em meados de dezembro. A
taxa que iniciou o ano em 6,5% deve encerrar 2019 em 4,5%. Após o
corte, o dólar recuou em 0,41%, chegando a ser vendido abaixo dos R$
4 e o Ibovespa, maior índice da Bolsa de Valores, chegou a operar
acima dos 108 mil pontos, reagindo à expectativa positiva do
mercado.
"A
reunião foi conforme o esperado, e a próxima deve seguir com este
corte", diz o diretor de câmbio da FB Capital, Fernando
Bergallo.
De
acordo com Bergallo, há a possibilidade de um corte maior na última
reunião de 2019.
"Há
uma pequena possibilidade de que o corte de dezembro seja mais
agressivo, cerca de 0,75%. É a primeira vez que há um cenário
assim, muita gente está acostumada com renda fixa, mas vai perceber
que o dinheiro investido sem risco não rende. Ao notar que o
dinheiro parado não rende, muitos começarão a empreender.
Por
outro lado, Bergallo aponta que a situação pode dar certo espaço
aos golpes, prometendo rendimentos miraculosos.
"As
pessoas estarão em busca de uma alta rentabilidade, o que pode abrir
espaço para pirâmides e golpes de investimento", opina.
Jefferson
Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, aponta que a expectativa
sobre a ata divulgada que aponta mais um corte, é positiva, e que o
ciclo de cortes deve se encerrar com a taxa a 4%.
"A
ata divulgada sobre a próxima reunião aponta que haverá mais um
corte, a expectativa é positiva, até o final do ciclo, estaremos em
4%. "Dentro deste ciclo de cortes, a economia deve ser
analisada, para verificar a possibilidade de mudar algo na taxa",
diz.
De
acordo com Laatus, o rendimento dos investimentos de renda fixa
estava comprometido, mas isso, junto com a migração dos
investidores deve ser potencializado com os novos cortes.
Daniela
Casabona, sócia-diretora da FB Wealth, acredita que o novo corte
pode ser maior, mas ressalta que o corte maior pode ficar para o
próximo ano.
"Existe
uma expectativa de novo corte e que poderia ser maior, mas acredito
que ficará para 2020 essa nova redução", afirma.
Especulações
André
Alírio, operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, aponta
que a sinalização de um novo corte de 0,5% foi um tanto
surpreendente, já que há diversas especulações sobre o último
corte deste ciclo.
"O
ponto que 'surpreendeu' o mercado foi a sinalização do Banco
Central de que iria encerrar o ciclo de cortes neste ano com a taxa a
4,5", afirma.
Fonte: Jornal Destak
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