Segundo o portal R7, portal de
notícias da RecordTV, o relatório da PF (Polícia Federal) que
indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por receber
propina disfarçada de doações para o Instituto Lula aponta que a
empresa Lils Palestras e Eventos LTDA, de propriedade do petista,
recebeu R$ 450.132,41 da Infoglobo Comunicação e Participações em
outubro de 2013.
De acordo com o relatório, o
repasse da empresa do Grupo Globo corresponde a apenas 1,6% dos mais
de R$ 28 milhões verificados no registro de movimentações
bancárias em favor da companhia do ex-presidente entre julho de 2011
e janeiro de 2016.
“Conforme dito, este
apuratório se baseia em notícia do recebimento de valores das
empresas investigadas no âmbito da Operação Lava Jato (Odebrecht,
Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS) por
parte da empresa Lils Palestras, Eventos e Publicações LTDA em
somas que ultrapassam R$ 9 milhões”, afirma a PF.
Ainda segundo o R7, o documento
mostra ainda que as palestras contratadas pela Odebrecht permitem
concluir que esta empreiteira “proporcionou a maior parcela da
fonte de renda da empresa” de Lula. Segundo o laudo, a Odebrecht
foi responsável pela transferência direta de, aproximadamente, 10%
dos recursos da empresa do ex-presidente.
O portal mostrou que os valores
disponibilizados pela construtora entre 2011 e 2014 à Lils Palestras
e Eventos LTDA variaram entre R$ 350 mil e R$ 449 mil para palestras
realizadas pelo ex-presidente no Brasil e no exterior. De acordo com
a PF, o dinheiro recebido por Lula pela Odebrecht “era propina
disfarçado como doações”.
Além do ex-presidente, o
ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antônio Palocci, o presidente
do instituto Lula, Paulo Okamotto, e o ex-presidente da Odebrecht,
Marcelo Odebrecht, também foram indiciados.
Outro lado
Em nota, o advogado Cristiano
Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, afirmou: “O
indiciamento é parte do Lawfare promovido pela Lava Jato de Curitiba
contra o ex-presidente Lula e não faz nenhum sentido: as doações
ao Instituto Lula foram formais, de origem identificada e sem
qualquer contrapartida. À época das doações Lula sequer era
agente público e o beneficiário foi o Instituto Lula, instituição
que tem por objetivo a preservação de objetos que integram o
patrimônio cultural brasileiro e que não se confunde com a pessoa
física do ex-presidente.”
A Infoglobo diz que participa de
iniciativas que contribuem para o desenvolvimento e a promoção do
Rio de Janeiro e ressalta que, em 2013, “apoiou a Fecomércio-RJ na
realização de um seminário sobre o Mapa do Comércio no Estado do
Rio”.
“Além de divulgar o evento em
seus jornais, a Infoglobo arcou com os custos dos palestrantes,
inclusive do ex-presidente Lula”, afirma a empresa do Grupo Globo.
A Odebrecht afirma estar
“comprometida com uma atuação ética, íntegra e transparente”
e garante que “tem colaborado com as autoridades de forma
permanente e eficaz, em busca do pleno esclarecimento de fatos do
passado”.
Com
informações, R7
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