Por Aurílio Nascimento
O canal TV History Chanel
fez uma reportagem de um mundo sem polícia em setembro de 2015. De
lá para cá nada mudou. Os governos não levaram à sério, os
comandos muito menos e a sociedade menos ainda. O resultado está aí.
Estamos caminhando para o caos completo, por mais que as autoridades
queiram maquiar os números
A pergunta básica que não quer
calar é: O que
aconteceria se, de uma hora para outra, todos os policiais
desaparecessem?
Nas primeiras horas, não
haveria muita diferença. As pessoas, aos poucos, iriam procurar a
certeza de que realmente não mais existia a polícia. Os ricos
demonstrariam um pouco de preocupação, ainda sem querer acreditar.
Uma semana sem
polícia: Nesta
primeira semana, a maioria das pessoas daria início a pequenas
transgressões. Os sinais de trânsito não mais seriam respeitados.
Os mais afoitos começam a entrar em lojas, restaurantes e
supermercados, e de lá sairiam sem pagar. Não agiriam como ladrões,
nervosos e correndo. Agiriam com calma e cinismo.
Um mês sem polícia: A
Justiça faria uma reunião de emergência. O ponto principal a se
discutir seria como viabilizar as decisões dos juízes, sejam
prisões, reintegração de posse, ou qualquer cumprimento
obrigatório de uma ordem judicial. Não chegaria a nenhuma
conclusão, pelo simples fato de que não há mais a polícia para
fazer cumprir a lei. Surge um mercado negro efervescente de venda de
armas. Todos querem ter uma.
Seis meses sem
polícia: Os
homicídios multiplicam-se por dez. Os corpos permanecem nas ruas.
Não há mais os bombeiros e nem peritos, e nem policiais para
investigar. Almas ainda caridosas recolhem os corpos. Os políticos,
antes detentores de um imenso poder, são caçados como galinhas
gordas, e executados friamente. Alguns oferecem seus bens em troca da
vida. Os presídios foram abertos, já que não mais existem guardas,
e uma imensa horda de criminosos passa a vagar pelas ruas. As
agências bancárias não mais funcionam, face ao grande número de
roubos.
Um ano sem polícia: A
cidade se torna um caos. Grupos armados passam a dominar ruas e
bairros. O dinheiro deixa de circular pela inexistência dos bancos.
Os ricos constroem apressadamente bunkers. Não há para onde fugir,
pois em todo o mundo não há mais polícia.
Dois anos sem polícia: O
comércio como no passado não mais existe. Volta-se ao escambo. A
regularidade é o roubo, a extorsão e o homicídio.
Dez anos sem a
polícia: A
sociedade encontra-se totalmente esfacelada. Todos os sistemas de
produção foram dizimados. A população foi reduzida em mais de
quarenta por cento, e continua diminuindo face a imensa matança.
Mata-se por qualquer motivo, desde uma antiga desavença até mesmo
porque não se gostou da forma como o outro nos olhou. Os grupos que
se formam tornam-se mais poderosos pela força, expandem seus
domínios, e passam a sequestrar e escravizar pessoas, principalmente
mulheres. Os homens são obrigados a trabalhos forçados.
Vinte anos sem a
polícia: Os
limites geográficos antes conhecidos como cidades e bairros não
mais existem. Foram reordenados pelos grupos que impuseram seus
domínios, e receberam nova denominação. Água, comida e agasalho
serão acessíveis apenas aos que possam conseguir pela violência.
Os mais fracos mendigam. As mansões e os prédios de luxo foram
tomados dos mais ricos. Bandos de vândalos e saqueadores perambulam
pela noite, matando, roubando e destruindo. O consumo de drogas é
afinal totalmente liberado. A cultura e a produção literária
deixaram de existir em dez anos no mundo sem polícia. Os mais novos
não aprenderam nem a ler. Aliada aos homicídios generalizados, as
doenças matam ainda mais. Não se produz nenhum tipo de remédio,
exceto os caseiros. A sociedade como a conhecíamos, com uma policia
tentando manter a lei e a ordem, acabou. Prevalece a barbárie, a lei
do mais forte. A existência do homem aproxima-se do fim.
No túmulo, a cantora Rita Lee,
que dezenas de anos antes chamou os policiais de cachorros e filhos
de prostituta, chora ao saber da desgraça, e pede desculpas.
Mas agora é tarde.
No mundo sem polícia, a
sociedade acabou.
Fonte:
Blog do Poliglota
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