Aplicado pelo GDF, programa
Brasília Vida Segura situa a capital entre as cidades com melhores
resultados do país em redução de acidentes viários, prestes a
atingir meta proposta pela ONU.
Uma sinalização adequada
aliada a um plano de educação de motoristas e pedestres, a rodovias
estruturadas e a um socorro ágil de vítimas de acidentes é capaz
de reverter resultados quando o assunto são mortes no trânsito. E é
por meio do programa Brasília Vida Segura, integrado por órgãos e
secretarias do Governo do Distrito Federal (GDF), que Brasília se
destaca em 2019 como referência em segurança viária no país.
A cidade está entre as capitais
brasileiras prestes a atingir a meta estabelecida pela Década
de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020). A proposta da
Organização das Nações Unidas (ONU) é reduzir em 50% o número
de óbitos causados por acidentes viários. Isso confirmará a
capital do Brasil no ranking do trânsito seguro. O estudo leva em
consideração a projeção do número de casos, crescentes no início
da década.
Depois de atingir o ápice do
período, com 465 óbitos no trânsito em 2011, Brasília vem
registrando oscilações no número desse tipo de ocorrência –
sempre, porém, em alta. Só em 2017, início do Brasília Vida
Segura, é que se chegou a um patamar abaixo de 300, com 254
ocorrências de morte em acidentes. Em 2018 foram registradas 279,
número que, em 2019, caiu ainda mais, chegando a 247 até o final de
novembro. A meta é fechar 2020 abaixo de 250, alcançado a proposta
do órgão intergovernamental.
A análise qualitativa dos
pontos críticos identificados em vias e rodovias tem sido
acompanhada por uma ação conjunta de órgãos ligados à segurança
no trânsito. De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade
do DF, Valter Casimiro, a implantação de travessias e passarelas
salva vidas, mas muitas vezes nem precisa de tanto.
“Pequenas ações, como mudar
o ponto de retorno, já ajudam a evitar que acidentes se repitam”,
afirma o secretário, para quem a parceria com o Detran-DF, o
Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) e a
Secretaria de Segurança Pública reforça a conquista dos bons
resultados.
Ações no tráfego
Dados do Sistema Único de Saúde
(SUS) revelam que cerca de 36 mil pessoas morrem por ano no trânsito
brasileiro. Essas ocorrências, além de consumirem recursos públicos
da saúde e da previdência, afetam negativamente a capacidade
produtiva do país. Ao lançar a Década de Ação pela Segurança no
Trânsito, a ONU conseguiu que pelo menos 5 milhões de vidas fossem
poupadas nesta década.
Diretor-geral do DER-DF, Fauzi
Nacfur aposta na otimização da engenharia do tráfego, com pequenas
obras e intervenções; na fiscalização presencial ou de radares e
nas campanhas educativas como fatores responsáveis pela redução
das mortes no trânsito. “O fortalecimento das ações focadas
nesse tripé nos ajuda a avançar e evitar que vidas se percam em
acidentes”, pontua.
Método utilizado
O Brasília Vida Segura é um
programa executado pelo GDF com foco na atuação da engenharia e
segurança viárias. Amparado por pesquisas e estudos acadêmicos
científicos, o programa faz parte de uma iniciativa global com base
na cooperação entre os setores público e privado.
O método do programa é
aplicado em seis passos. Primeiro, faz-se uma análise dos dados,
identificando as vias e rodovias com maior registro de acidentes com
óbitos. Em seguida, é apontado o perfil das ocorrências, se
envolvem condutores ou pedestres. O próximo passo é fazer uma
visita aos locais para identificar a causa da frequência de
acidentes.
Um plano de ação é, então,
elaborado com programas e projetos que na sequência serão
executados. Tudo é acompanhado pelos órgãos e secretarias do GDF
envolvidos no Brasília Vida Segura. O último passo é controlar os
resultados dos passos anteriores, o que é feito pela comissão de
segurança viária.
Quem faz parte
Por meio do Decreto 39.463, de
19 de novembro de 2018, a estrutura de gestão do programa Brasília
Vida Segura tem a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) como
gestora. Junto a ela, atuam no comitê gestor a Casa Civil e as
secretarias de Segurança Pública (SSP) e Saúde (SES), além de uma
comissão de segurança viária – da qual fazem parte o Detran-DF,
o Corpo de Bombeiros Militar, as polícias Civil e Militar do DF, a
Polícia Rodoviária Federal, o Samu, o DER, a Novacap e o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O plano faz parte de um acordo
de cooperação entre o GDF e o grupo Tellus, com apoio de gestão da
consultoria Falconi. Essa parceria é financiada pela AB Inbev
Foundation, da Ambev, sem custos para o Executivo. De seis lugares no
mundo onde essa cooperação foi firmada, Brasília se destaca como a
única cidade da América do Sul escolhida para integrar o programa
global.
As frentes de atuação da
entidade, um braço da cervejaria Ambev, têm como origem a proposta
de reduzir o consumo nocivo de bebidas alcoólicas, de acordo com as
metas e diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da ONU.
Fonte: Agência Brasília
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