Por Ricardo Roveran
O Assessor especial da
Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, postou
hoje (18/1), no perfil dele no Twitter, uma proposta para libertar as
artes do domínio do estado.
De acordo com ele, o estado não
pode suprir a demanda cultural que brota natural, imprevisível e
espontânea da sociedade, e ainda submete a arte a critérios
panfletários, sejam de esquerda ou direita.
Confira abaixo a proposta
No Brasil, o Estado é o
vendedor e comprador quase exclusivo de tudo o que se produz, ou ao
menos o principal sócio dos grandes empreendimentos, inclusive no
âmbito da Cultura, onde abundam programas de fomento, não das
formas artísticas, mas de certos temas e conteúdos.
Para mudar isso, sobretudo em um
país patrimonialista como o Brasil, é necessário desmontar o
aparato criado para aparelhar a cultura e para torná-la dependente
do Estado e oferecer os meios para que a sociedade floresça e tenha
iniciativa própria na esfera cultural.
Sem iniciativa própria e
independente, a cultura frequentemente deixa de ser a expressão do
belo, do verdadeiro e de princípios perenes capazes de transcender a
política do dia para se converter em propaganda a serviço do
establishment (pouco importando quem esteja no governo).
É por isso que, no Brasil da
Nova República, a cultura é tão monotemática, revisitando
eternamente o mito fundador da “luta
contra a ditadura“,
desconstruindo nossas grandes figuras históricas e promovendo
permanentemente a lumpemproletarização da sociedade.
É por isso também que nosso
país viu suas formas populares de arte decaírem tanto, a ponto de
se tornarem quase que apenas uma manifestação antropológica do
sentimento geral de desordem em uma sociedade sem concepções sobre
seu lugar no cosmos ou sobre o sentido da vida.
Afinal, tanto os temas quanto os
conteúdos do que se chama de arte, hoje no Brasil, são um mero
espelho da agenda política mais rasteira do nosso establishment; do
esquema de poder que se estabeleceu com a ascensão da esquerda de
métodos gramscianos e ideais marcuseanos.
Para escapar desse circuito
demoníaco, não se deve apostar no Estado e não se pode depositar
toda a responsabilidade sobre o mercado. Antes é necessário formar
uma sociedade saudável, pujante e educada, capaz de formar uma
cultura poderosa o suficiente para limitar o Estado.
Nós não precisamos de uma
cultura do Estado brasileiro; nós precisamos de uma cultura do povo
brasileiro, com toda a sua riqueza e com todas as suas nuances, com
total liberdade para as expressões das personalidades individuais e
com grande respeito pelas nossas tradições.
E esse resultado não será
obtido através de uma secretaria, que é e sempre será o
instrumento dócil do mesmo establishment que devastou nossa cultura
— esse resultado só se obterá através de um povo livre e bem
equipado para dar a expressão mais elevada possível à sua
experiência.
Fonte: Terça Livre
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