ELISA ROBSON: CARTA ABERTA AO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO

Por Elisa Robson

Senhor Presidente,

A liberdade de informação no Brasil está fortemente ameaçada. Sob pressão judicial, o jornalismo autônomo está lutando para cumprir sua missão. Autoridades continuam a exercer pressão cada vez mais forte no sistema de mídia independente. Jornalistas brasileiros que atuam na Internet, e cobrem a política nacional, estão sendo amordaçados com o confisco de seus equipamentos, forçando-os a trabalhar em condições extremamente difíceis.

Enquanto a esfera digital está em plena expansão, e a informação circula cada vez mais em blogues e redes sociais, a autocensura começa a ficar elevada, com muitos repórteres independentes não ousando cobrir temas que poderiam ser considerados sensíveis, por medo de que sejam vistos como um elemento contestador da ordem social.

As intimidações são de tal forma que o recurso à autocensura é frequente e alguns operadores da informação já estão cogitando o exílio.

Profissionais que tentam fornecer informações livres temem se expor a terríveis represálias, como detenção arbitrária e assédio. A atual vigilância rigorosa e intimidação também fazem parte do sistema de predação, já que não é mais incomum agentes da Polícia Federal intervirem diretamente nas residências de produtores de conteúdo.

Atualmente, o Brasil ocupa 107º lugar em ranking de liberdade de imprensa, diz estudo da ONG Repórteres sem Fronteiras. Em comparação, ainda há outros à frente dos brasileiros, como: Burkina Faso (38º), Haiti (83º), Senegal (47º), Níger (57º), El Salvador (74º), Serra Leoa (85º), Togo (71º), Quênia (103º) e Ucrânia (96º). Ou seja, países com alto grau de corrupção no seus sistemas político e judiciário.

No atual momento, de intensa comunicação internacional, é um atraso para os brasileiros serem submetidos a este cenário. E são 57 milhões de cidadãos que optaram em dar suporte ao senhor para que pudéssemos nos ver livres deste tipo de atraso. Na verdade, um solo fértil para a consagração do socialismo e comunismo que tanto trabalham para um país menos livre.