O vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), inicia a pré-corrida ao Palácio das Esmeraldas com sinais claros de fortalecimento político no Entorno do Distrito Federal, uma das regiões mais estratégicas do estado do ponto de vista eleitoral. Levantamento recente do instituto Directa Pesquisas aponta Vilela na liderança das intenções de voto em Formosa, abrindo uma vantagem significativa sobre seus principais adversários.
No cenário estimulado, Daniel Vilela aparece com 24,6% das intenções de voto, enquanto o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) soma 13,9%, uma diferença de 10,7 pontos percentuais. O senador Wilder Morais (PL) surge na terceira colocação, com 8,9%. O dado mais revelador do levantamento, no entanto, está no alto índice de eleitores ainda indecisos ou que preferiram não responder, que alcança 45,6%, indicando que o jogo eleitoral segue aberto, mas com clara vantagem inicial para o campo governista.
A pesquisa, realizada entre os dias 10 e 15 de novembro, ouviu 600 eleitores e possui margem de erro de 4,1 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Entorno do DF vira termômetro político
O desempenho de Daniel Vilela em Formosa não é um fato isolado. Ele reflete um movimento mais amplo de reorganização política no Entorno do Distrito Federal, região que historicamente concentra disputas acirradas e costuma antecipar tendências do eleitorado goiano.
Nas últimas semanas, prefeitos eleitos por partidos de oposição, inclusive pelo PL, passaram a declarar apoio ao projeto político liderado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e por seu vice. Casos emblemáticos são os prefeitos de Cristalina, Novo Gama e Formosa, que migraram ou se alinharam à base governista, reforçando a musculatura política do grupo no Entorno.
Esse realinhamento ocorre em um contexto de forte presença do governo estadual na região, com investimentos contínuos em segurança pública, educação, saúde e infraestrutura, áreas sensíveis para municípios que convivem com crescimento populacional acelerado e alta demanda por serviços públicos.
Transição planejada e herança política
Daniel Vilela deve assumir o comando do Estado em abril, com a desincompatibilização de Ronaldo Caiado para disputar a Presidência da República. A transição planejada fortalece o vice-governador, que passa a reunir as vantagens naturais do cargo, visibilidade administrativa e a responsabilidade direta pela continuidade das políticas que elevaram a aprovação do governo estadual.
Além disso, o envolvimento ativo da primeira-dama Gracinha Caiado, especialmente em pautas sociais, amplia o alcance do projeto político e ajuda a consolidar alianças locais, sobretudo entre prefeitos e lideranças regionais.
Oposição fragmentada e cenário em construção
Do outro lado, a oposição enfrenta dificuldades para apresentar um discurso unificado. Marconi Perillo, apesar da trajetória política consolidada, aparece distante na pesquisa e ainda precisa reconstruir pontes no Entorno, região onde perdeu espaço ao longo dos últimos ciclos eleitorais. Já o campo conservador ligado ao PL demonstra fragmentação, com lideranças locais priorizando alianças pragmáticas com o governo estadual.
Com quase metade do eleitorado ainda indefinido, o cenário aponta para uma disputa que dependerá menos de nomes históricos e mais da capacidade de articulação regional, entrega de resultados concretos e presença territorial.
Tendência inicial favorável
Embora ainda distante da eleição, os números em Formosa indicam que Daniel Vilela parte de uma posição confortável no Entorno do DF. A combinação entre continuidade administrativa, base política em expansão e apoio de prefeitos tende a consolidar seu nome como favorito na região — um fator decisivo em qualquer projeto eleitoral em Goiás.
Se o ritmo de adesões e investimentos for mantido, o Entorno pode deixar de ser apenas um campo de disputa e se transformar em um dos principais pilares da candidatura governista em 2026.
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