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Preparo físico requer tempo e planejamento dos candidatos

 



Rafael Miller – Do CorreioWeb

Na maioria dos concursos públicos, o intelecto é o único atributo avaliado pelas bancas, mas existem algumas seleções que exigem um pouco mais dos candidatos. Nestes, o preparo vai além de uma rigorosa rotina de estudos. Os concursos como os de adesão às Forças Armadas ou os de provimento de cargos policiais contam também com avaliação física, feita por meio do exame de aptidão (EAF), que derruba grande parte dos concorrentes.
Temendo a prova objetiva, alguns concurseiros decidem se dedicar ao máximo aos estudos, passando horas a fio em cima de livros e se isolando de qualquer tipo de atividade extracurricular. O que esses candidatos tendem a esquecer é que a mente não é a única coisa que precisa ser exercitada, especialmente se o concurso de interesse cobra desempenho do corpo.
O estudante Caio Vinícius Lima, 18 anos, entende bem sobre esse tipo de treinamento. O jovem foi classificado na primeira etapa do último concurso da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e agora se prepara para enfrentar o temido EAF. “Esta é a terceira vez que faço a prova, mas é a primeira vez que me classifico para fazer o teste”, conta.
Caio começou a se preparar no início deste ano, focando primeiramente nas matérias cobradas pela banca. Mas nunca deixou a parte física de lado. “Sempre tentava me exercitar, mesmo que fosse só uma corrida rápida. Mas só comecei a me dedicar mais ao físico há dois meses. Agora treino todos os dias”, afirma.
Já para o estudante Tiago Velloso, 22 anos – que aguarda a anulação de uma questão para se classificar no concurso da Escola de Sargentos do Exército (ESE) -, o treinamento começou há mais tempo. O concurseiro iniciou os exercícios em março de 2011, e desde então, tenta manter o físico equilibrado com o intelectual. “Corro, faço barra e flexão. É importante se preparar com antecedência”, comenta.
A avaliação física dos concursos para carreira militar são as etapas mais rigorosas dentre as demais. O processo seletivo da EsPCEx, por exemplo, cobra de seus candidatos exercícios abdominais, flexão de braços em solo e em barra e ainda uma corrida de 12 minutos. Testes esses praticamente impossíveis de concluir sem um mínimo preparo físico. Para o professor Glauco Leyser, é importante lembrar que o teste é uma etapa como outra qualquer do concurso, e que deve ser levada tão a sério quanto as outras.

Vejo muitos estudantes focarem na prova intelectual e esquecerem que a realização do EAF é tão importante quanto essa fase e elimina grande parte dos candidatos. Eles pensam que podem começar a treinar dois meses antes do exame. Mas uma pessoa que tem hábitos sedentários não consegue ficar pronto em tão pouco tempo”, afirma Leyser.

A prática de qualquer atividade física pode ajudar até mesmo os concurseiros que não passarão pelo EAF. De acordo com Keila Fontana, doutora em fisiologia da UnB, o exercício pode auxiliar os estudos e garantir uma boa prova. “O combustível básico do cérebro é o oxigênio, por isso as atividades físicas são importantes, pois ajudam na oxigenação do corpo como todo e aumenta as conexões cerebrais”, afirma. De acordo com a especialista, se exercitar depois de um longo dia de estudos também ajuda no alívio da tensão, relaxa o candidato, melhora a qualidade do sono e ainda aprimora a memória.
O bom preparo físico também ajuda na melhor compreensão do funcionamento do próprio corpo, o que aumenta a autoconfiança do candidato e ajuda na hora da prova. Porém, a profissional alerta a respeito do excesso: “Todo exagero é ruim, por isso o estudante deve conhecer seus limites. O ideal é manter o equilíbrio entre a mente e o corpo, que casados com uma boa alimentação trazem muitos benefícios para qualquer pessoa”, afirma.

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