“Sou
policial militar e, na data de hoje, a Ciade ficou inoperante às
10h. Até agora está fora do ar, e são 23h. Não tem telefones nos
quartéis, pois foram cortados por falta de pagamento. A população
e os próprios policiais estão sem qualquer tipo de comunicação.”
O relato, feito ao Metrópoles no
último sábado (4/2), resume o desamparo dos cidadãos na hora de
buscar socorro no Distrito Federal. O PM se refere à
Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade). Ciente das
falhas, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) se prepara
para mudar o funcionamento do serviço.
A
Ciade recebe ligações
do 190 (Polícia
Militar), do 193 (Corpo de Bombeiros) e do 199 (Defesa Civil), além
dos números internacionais 112 e 911. Cerca de 120 servidores
trabalham no local. Porém, segundo informações da secretária
Márcia de Alencar, 90% das ligações são destinadas à PM.
Por isso, será reativado
o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), agilizando
as respostas de pronto-atendimento. “Precisamos garantir melhor
resposta em menor tempo”, disse Márcia em recente entrevista.
A titular da Segurança no DF
evita falar em falhas ou problemas. Para ela, trata-se de
“aprimoramento”. Com dados em mãos, a secretária afirma que,
atualmente, a média de atendimento na Ciade varia entre 65% e 70%.
“Antes de encerrar 2016, o percentual era bem menor: 35% a 40%”,
disse.
Reclamações
Nos
últimos meses, multiplicaram-se as reclamações da população
sobre as dificuldades em acionar, por telefone, as forças policiais
e de socorro no DF por meio da central. No último dia 1º, a
servidora Aline
Guedes,
39 anos, desistiu de ligar para a Ciade.
Quando
viu que um ladrão estava roubando as rodas do carro de uma amiga,
tentou entrar em contato com a polícia por três vezes no 190. Mas,
de acordo com ela, os atendentes não deram atenção. “Eles
ficavam conversando entre si e me deixaram em espera”, revolta-se.
Ainda não há previsão para as
mudanças, em que radio-operadores das próprias corporações
recebem as chamadas e as direcionam às respectivas unidades, saírem
do papel. Os detalhes do novo funcionamento estão em estudo.
Mesas
de despacho
Atualmente,
a Ciade é composta por dois núcleos, o de atendimento e o de
despacho. A primeira fase ocorre por meio do canal de emergência,
que recebe as chamadas da população. Depois desse primeiro
atendimento, os telefonemas são passados para as mesas da central de
despacho, onde as denúncias são encaminhadas para policiais,
bombeiros e agentes do Detran, de acordo com a necessidade.
Modernização
Sobre a denúncia do policial militar, do início desta reportagem, a PM explicou, em nota, o que ocorreu: “Um problema em um disjuntor de energia elétrica também deixou parte das comunicações via rádio sem funcionar”.
Sobre a denúncia do policial militar, do início desta reportagem, a PM explicou, em nota, o que ocorreu: “Um problema em um disjuntor de energia elétrica também deixou parte das comunicações via rádio sem funcionar”.
Destacou
que “a Diretoria de Telemática da corporação montou um backup
recentemente para manter o funcionamento do sistema, porém, a
proposta de contrato de manutenção de rede de comunicações da
PMDF está parada no Tribunal de Contas do DF (TCDF) há dois anos”.
A SSP, também em nota,
reforçou que embora estude mudanças no sistema, a Ciade tem
“atendido bem” à demanda e está funcionando normalmente. Em
três dias, segundo a secretaria, a central chega a receber 19 mil
ligações — a maioria para o 190.
“A
Ciade passou por uma reformulação para a melhoria dos serviços em
2016 e implantou um sistema para modernizar os registros. Essa
plataforma permite, entre outras ações, a localização imediata da
origem da chamada a partir do mapeamento de ligações feitas por
celular”, afirmou a secretaria.
Fonte:
Metróples
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