A
Polícia Civil de São Paulo prendeu quatro suspeitos de participar
do roubo de 720 quilos de ouro que
ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos,,
na última quinta-feira, 25. Funcionário do aeroporto, Peterson
Patrício, de 33 anos, foi preso no sábado, 27, à noite. O segundo
suspeito, que não teve o nome divulgado, foi preso na noite deste
domingo, 28. Duas horas depois, foram presos mais dois homens, donos
do estacionamento em que caminhonetes usadas para a fuga foram
encontradas.
Por
volta das 20h50 deste domingo, dois homens foram presos pela polícia
e levados à sede do Departamento Estadual de Investigação Criminais (DEIC).,
na zona norte da capital. Eles seriam donos do estacionamento em
que caminhonetes usadas para a fuga foram encontrados. O bando usou
essas caminhonetes depois de saírem do aeroporto em carros
que imitavam veículos da Polícia Federal.
A
polícia não deu detalhes sobre o motivo das prisões, mas afirmou
que a dupla foi detida em flagrante. O estacionamento fica próximo
ao Jardim Pantanal, na zona leste da capital
O
primeiro suspeito detido, Peterson Patrício, trabalhava havia sete
anos como encarregado de despacho no aeroporto. Seu advogado, Ricardo
Sampaio Gonçalves, disse que Patrício não confessou a ele ter
participado no crime, mas diz ter sido mantido refém pela
quadrilha no dia anterior ao roubo.
"Ele
me disse que está muito confuso, que não sabe o que está
acontecendo na verdade", afirmou o defensor, que disse ter sido
acionado por parentes de Patrício quando soube da prisão. "Uma
família muito simples, de pessoas muito humildes, que não estão
entendendo o que está acontecendo."
Patrício
foi o primeiro trabalhador do aeroporto a ser eleito pelos
funcionários para integrar o Conselho da Administração da
Concessionária, que é formado principalmente por executivos e
membros da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Eleito em 2014, seu mandato terminou em abril de 2016. O conselho,
que é um dos mais importantes da gestão do aeroporto, tem acesso a
uma série de documentos, contrato e planos referentes ao aeroporto.
Quando
assumiu como membro do conselho, Patrício deu uma entrevista ao
jornal do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) e explicou
que sua responsabilidade no Departamento de Cargas do terminal era
entregar cargas. "Sou fiel depositário, faço a entrega, liberação e expedição das cargas armazenadas no departamento de importação".
Em
nota, os delegados Pedro Ivo Correa dos Santos e João Hueb, da 5ª
Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Banco),
informaram que não forneceriam mais informações sobre as prisões
e o que as motivou para "preservar a investigação e evitar
desvios na linha de trabalho.
Em
nota, a GRU Airport, concessionária responsável pelo aeroporto,
disse cumprir todas as normas internacionais e práticas de segurança
pertinentes à segurança do terminal. A empresa ressalta ainda que
todas as informações referentes ao episódio ocorrido no último
dia 25, no Terminal de Cargas do Aeroporto, estão sendo repassadas à
Polícia Civil, que está liderando as investigações.
Sequestro
Um
dia antes do assalto ao terminal de cargas, segundo relatou à
polícia, Patrício disse que tinha acabado de sair de casa na Vila
Ester, zona leste da capital, acompanhado da mulher, quando foi
abordado por um homem armado que dirigia uma ambulância. A mulher
foi obrigada a entrar no veículo e foi levada.
Em
depoimento à polícia, Patrício teria contado que um outro homem
ficou ao seu lado na rua e disse: "A gente já sabe sua função
lá no aeroporto. Queremos que você nos leve até a carga de ouro,
que a gente sabe que vai chegar, que vai ser entregue tal dia, tal
hora". Com a mulher sequestrada, Patrício disse ter seguido
todas as orientações dos criminosos, inclusive não acionando a
polícia.
No
dia seguinte ao início do sequestro, Patrício foi trabalhar e foi
orientado a agir normalmente. Sua função no plano era ajudar a
quadrilha a entrar no terminal de carga e indicar onde estava o ouro.
Investigação
Na
sexta-feira, 26, a polícia já havia aprendido dois carros usados pelos criminosos durante o roubo. .
A suspeita é de que, logo depois da fuga, os criminosos tenham
dividido o material, que estava em uma caminhonete clonada com
identificação da Polícia Federal,
entre os outros dois veículos.
Duas
viaturas clonadas foram encontradas abandonadas na zona leste da
capital, em um terreno na Rua Papiro do Egito. Os investigadores
acreditam que o grupo tenha trocado os veículos ao menos duas vezes
para dificultar a localização pela polícia. Veículos suspeitos
foram vistos circulando em alta velocidade na cidade de Guararema, na
região metropolitana de São Paulo.
A
PRF estima em 720 quilos a quantidade de ouro levada do local. O
Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia
Civil de São Paulo, é o responsável pela investigação.
A
polícia acredita que ao menos oito pessoas tenham se envolvido
diretamente no roubo. Os criminosos portavam fuzis, pistolas e
carabinas. O transporte de ouro é considerado rotina da
transportadora no aeroporto.
Fonte: Estadão
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Fonte: Estadão
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