Em média, são realizados 200 atendimentos por mês. Para participar, é necessário passar por uma triagem no HAB
Quem
vê a aposentada Luiza Sucupira, 63 anos, exercitando-se na piscina
do Hospital de Apoio de Brasília (HAB) não imagina que, há poucos
meses, a paciente chegou à unidade em uma cadeira de rodas devido a
uma cirurgia na coluna. Hoje, apoia-se apenas em uma bengala para
caminhar, mas tem planos de deixá-la em breve. Para ela, o avanço
na recuperação deu-se graças à fisioterapia aquática oferecida
pelo hospital. “Eu fui curada aqui”, afirma, enfática.
Luiza,
assim como outros pacientes, é uma das beneficiadas pela prática,
popularmente chamada de hidroterapia. No HAB, são feitos em torno de
200 atendimentos por mês na piscina, para cerca de 30 pessoas em
recuperação. A atividade é voltada tanto aos internados na
unidade, que estão em reabilitação por lesões cerebrais e
medulares, como aos vindos de outros hospitais da rede
pública, com lesões ortopédicas e reumáticas.
Desde
o momento em que entram no local, eles treinam caminhadas, equilíbrio
e como melhorar a força muscular. Há andadores para os que têm
mais dificuldade de locomoção. A piscina tem quatro níveis de
profundidade para facilitar o acesso. Conta, ainda, com dois
aquecedores novos, um elétrico e outro movido a energia solar, para
manter a água em temperatura adequada.
Tudo
foi preparado para restaurar as funções motoras dos
pacientes. No caso de Vinícius Torres, 22 anos, ele estava sem
mobilidade em uma das pernas e nas mãos por causa de um acidente de
moto. Depois de um mês de hidroterapia, já apresenta mudanças. “Já
consigo andar de bengala, mexer minhas mãos e fazer praticamente
tudo sozinho. Esse trabalho na água foi fundamental para a minha
recuperação”, elogia.
Benefícios
Na
avaliação da fisioterapeuta do HAB, Mariana Sayago, a prática
oferece um pacote completo de benefícios. Além de facilitar os
movimentos daqueles que sentem dor, pois os exercícios são feitos
na água, a hidroterapia ainda contribui para a socialização dos
pacientes. “Trabalhamos em um ambiente fora das quatro paredes,
promovendo a readequação deles às atividades de vida”,
esclarece.
Para
participar da hidroterapia, é necessário passar por uma triagem no
HAB. Na consulta com a equipe de saúde, os candidatos são avaliados
com a finalidade de se detectar algum problema ou contraindicação
que impossibilite a participação nas atividades. “Podem ser
questões como incontinência urinária, problemas de pele. Às
vezes, as pessoas precisam apenas de uma orientação, como no caso
de morar longe demais do hospital e não ter como vir”, frisa.
Parceria
Os exercícios aquáticos contam com o suporte de estudantes de Fisioterapia da Universidade de Brasília (UnB). Eles auxiliam nos exercícios realizados na água, fruto de uma parceria firmada entre a instituição e a Secretaria de Saúde, por meio da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs).
Os exercícios aquáticos contam com o suporte de estudantes de Fisioterapia da Universidade de Brasília (UnB). Eles auxiliam nos exercícios realizados na água, fruto de uma parceria firmada entre a instituição e a Secretaria de Saúde, por meio da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs).
Responsável
pelos estudantes, o professor de Fisioterapia da UnB, Josevan Leal,
também destaca a importância do contato deles com os resultados
trazidos pela prática. “A hidroterapia tem um papel importante na
aceleração do processo de reabilitação”, garante. De
acordo com o professor, os pacientes que não conseguem andar fora da
água, dentro da piscina fazem isso no primeiro dia, porque ficam
mais leves. “É uma forma de complementar a fisioterapia
convencional”, explica Josevan.
A
hidroterapia do Hospital de Apoio ocorre de segunda a sexta-feira,
das 9h ao meio-dia. Somente os pacientes estabilizados podem
participar das atividades.
Fonte: Agência Brasília
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.