Com essa habilitação, a
Secretaria de Saúde passa a receber verba mensal do Ministério da
Saúde
O
Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) foi habilitado, pelo
Ministério da Saúde, como Serviço de Referência em Doenças
Raras. Com isso, a Secretaria de Saúde passará a receber verba do
órgão federal que será investida no tratamento dessas doenças na
rede pública do Distrito Federal. Até então, somente o Hospital de
Apoio recebia o repasse. A publicação do credenciamento está no
Diário Oficial da União desta quarta-feira (4).
O
fluxo de atendimento continuará o mesmo, com a triagem feita no Hmib
e os pacientes distribuídos entre esta unidade e o Hospital de Apoio
– onde são feitos os acompanhamentos de doenças raras de
pacientes do DF. O que muda é o valor recebido pela Secretaria em
relação aos pacientes atendidos no Materno Infantil.
“Antes recebíamos R$ 10 por
consulta e agora, receberemos por volta de R$ 800 – sendo que a
cada três encontros com um paciente é considerada nova consulta”,
frisa a coordenadora (RTD) de Doenças Raras, Maria Teresinha
Cardoso.
Ela explica que serão
repassados ao DF, referente ao Hmib, cerca de R$ 40 mil por mês. Os
recursos podem ser utilizados para manter o atendimento, inclusive,
com investimento tecnológico.
Segundo Maria Teresinha, um dos
projetos é investir em equipamentos que tornam ainda mais precisa a
detecção de doenças, como aquelas referentes à deficiência
intelectual, que atinge 3% da população brasileira, parcela
considerada alta pela geneticista.
Ela ressalta, ainda, a intenção
de aumentar o número de atendimentos de pacientes com doenças
raras. “Hoje temos quatro geneticistas e pretendemos aumentar para
seis, de modo que não tenhamos demanda reprimida, pois a doença
rara não pode esperar”, complementa.
No Brasil, existiam apenas oito
Serviços de Referência para Doenças Raras, o Hospital de Apoio já
era um deles. Juntamente com o Hmib, foram habilitados na mesma
publicação, hospitais em Fortaleza, Florianópolis, Campinas e
Ribeirão Preto.
Doenças raras
O número estimado de pessoas
que têm um dos 8 mil tipos de doenças raras no mundo chega a 13
milhões. No Distrito Federal, não há dados oficiais de quantos
pacientes fazem parte deste universo, mas somente na rede pública de
saúde, em 2018, foram feitas 5 mil consultas de primeira vez no
Centro de Referência de Doenças Raras da Secretaria de Saúde, que
inclui Hmib e Apoio.
Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), uma doença é considerada rara quando afeta 1,3
indivíduo em cada grupo de 2 mil. Pelo menos 80% das patologias são
de origem genética, enquanto as demais têm causas infecciosas,
virais ou degenerativas.
“Cerca de 30% dessas doenças
são tratáveis. E mesmo as que não são, pedimos que sejam
encaminhadas ao centro de referência para receber o apoio adequado e
multidisciplinar”, orienta Maria Teresinha Cardoso. Na unidade,
localizada no Hospital de Apoio, são realizadas de 300 a 500
consultas mensais.
Eixos de doenças
As enfermidades são agrupadas
de acordo com os principais eixos de doenças raras, estabelecidos
pelo Ministério da Saúde, em malformações congênitas e as de
início tardio; deficiência intelectual; e erros inatos do
metabolismo (doenças metabólicas).
Assim, após a triagem inicial,
conforme a idade, o acompanhamento é realizado no centro de
referência e no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).
Segundo o fluxo estabelecido pela Coordenação de Doenças Raras, no
Hmib são atendidas crianças de até nove anos e 11 meses de idade
com malformação, doenças metabólicas e deficiência intelectual.
As mesmas doenças são atendidas no centro de referência do
Hospital de Apoio, a partir dos 10 anos.
Além de geneticistas, a equipe
multidisciplinar também conta com neurologista, endocrinologista,
fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e
nutricionista.
Além disso, é o único dos
oito serviços a contar com odontopediatra. Dispõe, por exemplo, de
cinco salas de atendimento, com dez ambulatórios diários semanais.
A estrutura ainda conta com um Centro de Reabilitação (CER) dentro
da unidade.
Com
informações da Secretaria de Saúde-DF
Leia também: IBANEIS PREPARA MUDANÇAS NO PRIMEIRO ESCALÃO DO GDF
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.