Em entrevista ao Jornal
de Brasília, presidente do BRB anuncia mudança que permitirá a
estudantes utilizar o documento para compras em crédito e débito.
Por Catarina Lima
“Cartão do passe livre vai
ser também de débito e crédito”
O presidente do BRB,
Paulo Henrique Costa, revelou também que, em breve, o sistema de
bilhetagem funcionará como uma conta pré-paga, será o BRB pay.
Dessa forma, o cartão estudantil poderá ser usado como cartão de
débito ou crédito.
O BRB começou o ano de 2019
sendo alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia
Federal e terminou apresentando o melhor resultado de sua história.
De acordo com o presidente da instituição, Paulo Henrique Costa,
houve um aumento do volume de todos os negócios do banco, como os
créditos consignados para pessoas físicas e jurídicas, que
aumentaram 238% e 425% respectivamente; crescimento de 368% do
financiamento imobiliário e 145% do crédito rural. Paulo Henrique
anunciou que 2020 será marcado pela digitalização dos serviços a
busca por melhores resultados, a exemplo do registrado no terceiro
trimestre de 2019, quando o lucro foi de R$ 121 milhões, que
significa um aumento de 129% em relação ao mesmo período do ano
anterior. O presidente revelou também que, em breve, o sistema de
bilhetagem funcionará como uma conta pré-paga, será o BRB pay.
Dessa forma, o cartão estudantil poderá ser usado como cartão de
débito ou crédito.
O que os brasilienses
podem esperar do BRB em 2020?
O BRB continuará tendo uma
atuação forte como banco de fomento, com grande atuação no
crédito imobiliário. Quando chegamos, a taxa de juros do crédito
imobiliário era de 7%, passou para 6,99% e hoje é de 6,49%. Fizemos
15 contratações para construção de edifícios neste ano, enquanto
em 2018 foram apenas três. Também podemos dizer que 2020 será o
ano da digitalização do banco e da melhoria dos serviços
oferecidos aos clientes. Também revisamos nossos processos, em busca
de prestar um serviço melhor. Criamos uma corregedoria e um programa
que visa coibir atos de irregularidade. A corrupção de uma arma de
extermínio em massa.
Além do BRB, existem
apenas mais quatro bancos estaduais no país – em Sergipe, Pará e
Rio Grande do Sul. O senhor acha que ainda existe espaço para essas
instituições financeiras?
Na nossa visão existe espaço
para bancos regionais, que estejam mais próximos dos clientes.
Existe hoje uma mudança no sistema financeiro. Antes o importante
era ser grande para ter economia de escala para oferecer serviços
mais baratos. Hoje o Banco Central lidera um movimento de
desconcentração do sistema financeiro e isso abre oportunidades
para bancos menores. O BRB vai além de ser uma instituição
financeira. Atualmente o banco é o maior patrocinador de esportes em
Brasília, além de estar presente em eventos culturais, como este
ano no Natal da Torre de TV em que fez uma parceria com a Fecomércio.
A queda da Selic ainda
não é refletida nas tarifas bancárias. Há expectativa disso
acontecer?
Essa é uma pergunta recorrente.
Existem muitos elementos que compõem os juros bancários. Por
exemplo, quando é cobrada uma taxa de 25%, 13% correspondem a
impostos; 3% de inadimplência, 4,5% correspondem à taxa selic e o
custo administrativo é de 1,5%. O que sobra é 3%. Mas trabalhamos o
ano passado inteiro para reduzir as taxas de juros, e vamos
continuar. Quando chegamos aqui a taxa dos juros da habitação
variava entre 8,5% e 8%. Fechamos o ano com 6,65% e na última
reunião do ano aprovamos 6, 49%. Para alguns clientes – que
oferecem menor risco – a taxa do cheque especial pode chegar a
3,20%. Queremos que o nosso cliente saiba que aqui encontrará as
melhores tarifas.
Haverá novidades no
serviço de bilhetagem do passe livre estudantil?
Estamos trabalhando para
melhorar o atendimento prestado ao usuário. Um exemplo disso é que
passamos de 13 para 70 lojas. Já lançamos um aplicativo que é
considerado o mais bem avaliado dentre os lançado em Brasília, com
nota 4,8 na Apple Store. O próximo passo será um sistema de
acompanhamento das rotas e armazenamento da documentação dos
estudantes num aplicativo. Isso possibilitará o cadastramento sem a
necessidade de ir a uma loja de atendimento. Em breve o sistema de
bilhetagem funcionará como uma conta pré-paga, será o BRB pay.
Dessa forma, o cartão estudantil poderá ser usado como cartão de
débito ou crédito. A ideia é que os dados do cartão estejam no
celular e esse possa servir para realizar serviços, no sistema de
uso por aproximação.
Isso significa que o BRB
está se preparando para competir com os bancos digitais?
Estamos nos alinhando aos bancos
digitais. Quando anunciamos o lançamento do Centro de Inovação
Tecnológica do Banco de Brasília era essa nossa ideia. 2020 será o
ano da digitalização do BRB, o ano da modernização.
Como é a parceria com o
governador do DF, Ibaneis Rocha?
O governador tem dado todo apoio
ao trabalho desenvolvido dando total liberdade para que a diretoria
trabalhe. Além de mim, ele não fez nenhuma outra indicação
política para o banco. Toda a diretoria é composta por técnicos.
Durante toda minha experiência em instituições públicas nunca vi
um comportamento desse em nenhum lugar.
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