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‘FOGO’ E ‘QUEIMADAS’: COMO ERA O PANTANAL NA ÉPOCA DO PT?

Por Anderson Scardoelli
Manchetes e dados evidenciam que gestões petistas conviveram com queimadas na região
“Queimadas fazem fogo se alastrar pelo Pantanal”. “Crescem focos de queimadas no Pantanal”. “Aumento de queimadas ameaça Pantanal”. “Queimadas causam transtorno e prejuízos no Pantanal”. As manchetes reforçam que o bioma que ocupa parte dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sofre com problema de cunho ambiental. Divulgadas em veículos de comunicação como os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo e o site G1, as chamadas não são de agora. Elas foram publicadas entre 2009 a 2016, época em que o país era comandado pelo Partido dos Trabalhadores.
Em 2009, quando Luiz Inácio Lula da Silva caminhava para a reta final de seu segundo mandato como presidente da República e o Brasil tinha como ministro do Meio Ambiente o então petista Carlos Minc, o Pantanal ardeu em chamas. Principalmente em sua porção sul-mato-grossense. Em dois meses, abril e maio, “mais de 60 mil hectares de vegetação nativa foram destruídos”, informou a Folha de S. Paulo, com base em dados divulgados pela superintendência local do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Na ocasião, a área queimada em 60 dias foi equivalente a cerca de “400 parques Ibirapuera”, um dos cartões postais da capital paulista.
Pouco mais de um anos depois, em agosto de 2010, o Pantanal sul-mato-grossense voltou a ser notícia por causa do fogo. A informação era a de que, segundo O Estado de S. Paulo, em menos de uma semana, quatro focos de incêndio precisaram ser combatidos nos municípios de Corumbá e Miranda. Uma das queimadas ocorreu dentro de reserva indígena. Na ocasião, em que Lula estava em seu último ano à frente do Palácio do Planalto e a pasta ambiental era de responsabilidade de Izabella Teixeira, o analista ambiental do Prevfogo, Alexandre Pereira, avisou que um dos problemas do trabalho era a comunicação, sobretudo em terra indígenas.
“As queimadas no Pantanal aumentaram 525%”
Dois anos mais tarde, a presidência da República já era ocupada por Dilma Rousseff, mas Izabella foi mantida como ministra do Meio Ambiente. E os problemas com a região do Pantanal persistiram. Em agosto de 2012, o Instituto Humanitas, órgão mantido pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), chamou a atenção para números nada animadores divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). Registros que surgiram como resultados de “cerca de 50 dias sem chuvas”. “As queimadas no Pantanal aumentaram 525% neste ano em relação a 2011 (até 13 de agosto). Foi o maior aumento entre os seis biomas (principais tipos de vegetação) que costumam ter incêndios no país.”
O Instituto Humanistas ainda divulgou outros dados relativos a todo o Brasil naquele momento:
-1.104 focos de incêndio somente em agosto de 2012;
-94 focos de incêndio somente em um único fim de semana;
-Crescimento de 63,8% nos focos de incêndio (no comparativo 2012 X o mesmo período de 20122);
-Total de área devastada por queimadas que representava mais de ⅔ do Estado de Sergipe.
No início de agosto de 2016, Dilma Rousseff estava afastada provisoriamente da presidência devido ao processo que a levaria ao impeachment. Então presidente em exercício, o peemedebista Michel Temer, que havia sido eleito vice-presidente com a chancela da coligação encabeçada pelo PT, acompanhou em seu então governo provisório o noticiário sobre incêndios no Pantanal. De janeiro a 4 de agosto daquele ano, somente o município sul-mato-grossense de Corumbá tinha registrado 465 focos de queimadas, informou o G1, a partir de dados do Inpe. “Um sítio tem 10 hectares de área queimados. Em outra região, o incêndio tomou um terreno”, destacou o veículo de comunicação on-line naquele momento.
E agora?
Em 2020, sob gestão do presidente Jair Bolsonaro e com a presença de Ricardo Salles como ministro do Meio Ambiente, o Pantanal segue sofrendo com queimadas. No início deste mês de outubro, o Inpe divulgou que, do início do ano até o fim de setembro, o bioma registrou mais de 18 mil focos de incêndio — o maior já registrado em um ano. Situação que aparentemente fez com que Lula esquecesse que a região também sofreu com fogo durante as gestões petistas. No mês passado, ele aproveitou a questão para responsabilizar o que definiu como “irresponsabilidade” por parte do atual chefe de governo do Brasil.
“Não estou culpando o presidente Bolsonaro, mas estou culpando a irresponsabilidade dele de evitar que se torne tão grave quanto está se tornando”, declarou Lula durante entrevista ao canal de YouTube DCM TV. Na ocasião, o ex-presidente não explicou se ele mesmo chegou a ser irresponsável. Em 2005, ano em que o escândalo do mensalão foi deflagrado e Marina Silva era ministra do Meio Ambiente, o número de queimadas no Pantanal ficou na casa da dezena de milhar. Afinal, o Inpe relembrou que no ano em questão foram 12.536 focos registrados — com isso, só deixou a liderança da série história em volume de incêndios em 2020. Lula, no entanto, parece ignorar que na época do PT o Pantanal já convivia com “fogo” e “queimadas.”
Fonte: Revista Oeste

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