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GOVERNADOR DO RS SAI EM DEFESA DA LIVE “CRIANÇA VIADA SHOW”

Por Carlos Adriano Ferraz
“Onde estiver teu tesouro, aí também estará teu coração”. 
Nos últimos dias ganhou alguma visibilidade um acontecimento um tanto quanto bizarro (mesmo para os dias de hoje): a prefeitura de Itajaí suspendeu, no dia 14 de maio, uma ‘live’ intitulada “Roda Bixa”. 
À primeira vista não parece ser algo passível de suspensão, certo? 
No entanto, o problema é que tal ‘live’ marcaria a estreia de uma série chamada ‘Criança Viada Show’. Desse modo, o prefeito de Itajaí suspendeu, a meu ver acertadamente, o evento, especialmente em virtude de ele poder “confrontar o estatuto da criança e do adolescente” (ECA). 
Tal evento, além de ser subsidiado com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, é, segundo vejo, não apenas mais uma expressão de degenerescência cultural, mas uma grave ameaça às crianças. Trata-se de um sinal de nosso declínio cultural, seja pela temática seja pela abordagem. Segundo vejo, a cultura não apenas é nossa “autoconsciência enquanto sociedade” (conforme Roger Scruton), mas uma forma de nos elevar, de nos conduzir à plena realização humana, sobretudo mediante o contato com a “alta cultura”. Nesse sentido, enquanto evento cultural, tal ‘live’ seria, no mínimo, questionável, a começar pelo título.
Não obstante, talvez mais perniciosa do que a promoção da decadência cultural seja a mensagem que tal evento passa, sobretudo ao sexualizar crianças. Em meu juízo, uma das mais evidentes expressões da decadência de uma civilização é a reificação das crianças, seja por seu abandono pelos pais biológicos (em famílias dissolvidas, monoparentais, etc), seja pelo seu uso como commodities, algo explícito tanto em programas de televisão (como na polêmica ‘Cuties’, da Netflix), eventos, etc, quanto no meio acadêmico (em livros como “Male Intergenerational Intimacy: Historical, Socio-Psychological and Legal Perspectives”, de 1991, no qual lemos que “já não podemos assumir que a infância é um tempo de inocência simplesmente em virtude da idade cronológica da criança” (...). 
“Uma criança de sete anos pode construir um elaborado conjunto de entendimentos e códigos sexuais que podem confundir muitos adultos”. 
De acordo com o que lemos nesse livro, uma criança de sete anos poderia estar apta para o sexo, mesmo com um adulto. Outro exemplo torpe do avanço dessas ideias engendradas “desde cima” é o livro “Harmful to Minors: The Perils of Protecting Children from Sex” (2003), no qual a autora sustenta que o “sexo é uma maravilhosa, crucial parte do crescimento, e as crianças e adolescentes podem desfrutar dos prazeres do corpo”. Dentre as expressões que caracterizam o livro encontramos, por exemplo, “proteção danosa” (contra os pais, obviamente), “tirania do normal”, “bom toque: uma educação sensual”, etc. Tal livro marca a tentativa, oriunda de nossos campi universitários, de “normalizar” a pedofilia, a qual passou a ser chamada, pelos “intelectuais”, de “sexo intergeracional”).
Além de tudo cabe, de largada, quando analisamos eventos como o “criança viada”, considerarmos um fato aterrador: as crianças são as principais vítimas de violência (seguidas pelos idosos). Aliás, nesse momento estamos justamente na campanha “Maio Laranja”, focado no “enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes”. 
Nesse sentido, uma ‘live’ como a ‘Criança Viada Show’ é, em minha opinião, um desserviço e, mesmo, uma ameaça a todos os esforços que estão sendo feitos para se coibir a violência sexual contra crianças e adolescentes. Por que? Ora, porque tal proposta, independentemente do seu conteúdo, envia uma mensagem à sociedade, uma mensagem que coloca ênfase na sexualidade da criança. E ainda o faz de forma vulgar, dada a expressão usada (“criança viada”). 
Independentemente da orientação sexual em discussão na referida ‘live’, o ponto é que a vulgarização da sexualidade, sua banalização, deixa as crianças vulneráveis, desprotegidas. Não apenas isso, elas passam a ser vistas como mero objeto, não como pessoas. Há, aqui, uma “normalização” da coisificação sexual das crianças. Isso envolve o uso do que se convencionou chamar de “janela de Overton”, nomeada a partir de seu elaborador, Joseph P. Overton. 
Com efeito, Overton nos mostra como é possível passarmos do espectro “totalmente inaceitável” para o outro extremo, o “totalmente aceitável”. O caminho de um espectro a outro passa, em linhas gerais, pelo “inaceitável com ressalvas”, pelo “neutro” e pelo “aceitável com algumas ressalvas”. Ao final aceitamos práticas anteriormente inaceitáveis, como, por exemplo, a erotização infantil.Como isso se dá? Ora, mediante a inserção de ideias através da propaganda, com eventos como a supramencionada ‘live’. Muitas ideias deletérias, aliás, são encaminhadas, à população, de forma divertida, lúdica, supostamente “inteligente”, etc. Em suma, na prática o que tem ocorrido é a aplicação, por muitos “progressistas” em suas agendas, daquela famosa frase de Goebbels (ministro da propaganda do nazismo): “uma mentira contada mil vezes torna-se verdade”. Os nazistas foram os principais artífices das práticas hoje levadas a efeito pelos chamados “progressistas”, os quais têm promovido uma espécie de engenharia social para causar o colapso não apenas de nossos pilares civilizacionais, mas da natureza humana mesma. 
Dito de outra forma, no passado, e eu não falo de um passado longínquo, mas das décadas passadas, algumas ideias não eram sequer pensadas, tampouco se poderia usar de uma linguagem chula como a que se tornou comum nos dias que correm, mesmo em títulos de dissertações, teses, etc. Como isso não poderia indicar uma abjeta decadência cultural e, mesmo, humana? 
Além disso, importa notar que subjazem ao “progressismo” o egocentrismo, o niilismo, o narcisismo e o hedonismo, segundo os quais o que importa são os desejos individuais. Foram esses aspectos que fomentaram aquela ideologia que avançou sobretudo desde os anos 60 do século XX, a saber, a ideologia que orientava o indivíduo a buscar tudo aquilo que lhe oferecesse prazer (“revolução sexual”), o que envolvia todo tipo de perversão. 
Tal ideologia, intencionalmente projetada para causar o colapso civilizacional, sobretudo mediante a ruína da família e da fé cristã, pilares civilizacionais, mostra-se, hoje, fortemente arraigada à nossa cultura, sendo causa de violação da dignidade da pessoa humana. Nesse caso, o qual motivou esse texto, da dignidade das crianças.
De qualquer forma, embora a cidade de Itajaí tenha “suspendido” a ‘live’, imediatamente após a polêmica o governador do RS saiu em defesa da “Criança Viada Show’, inclusive abrindo o RS para recepciona-la, o que gerou a reação do deputado estadual (RS) Eric Lins, o qual pretende tomar medidas para proteger as crianças da investida “progressista” do governador. 
Em entrevista ao blog do jornalista Políbio Braga o deputado Lins foi enfático: “sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Família e não iremos tolerar isto. Já estou em contato, também, com os secretários nacionais da Cultura e de Incentivo e Fomento à Cultura. O ministro Mário Frias avisou que há claro desvio de finalidade no uso do dinheiro público”. 
Será um “bom combate” o que está diante dos deputados que fazem parte da ‘Frente Parlamentar/RS em Defesa da Família’, pois o governador parece aguerridamente engajado nas pautas “progressistas”, desde sua atuação como prefeito de Pelotas/RS, quando contribuiu para tornar Pelotas um centro para os experimentos da ‘Open Society’, de George Soros.
Dessa forma, como tenho dito, o governador do RS tem se mostrado, por posições como a de abrir o RS para a ‘live’ ‘Criança Viada Show’ (curiosamente, ele parece gostar de fechar o comércio e a vida econômica), alinhado à mentalidade dita ‘globalista’, a qual, dentre seus mais diversos e perversos objetivos, propõe a ‘bandidolatria’, a ‘destruição da família’, a ‘eliminação da religião – particularmente do Cristianismo’, a ‘ideologia de gênero’, o ‘fim da propriedade privada’, o ‘transhumanismo’ (ligado à ‘eugenia’), o ‘aborto’, o ‘sexo intergeracional (pedofilia)’, a ‘redução populacional’, o ‘sexo não reprodutivo’, o ‘fim do patriotismo e da soberania dos estados’, a “abolição da liberdade’ (econômica, de expressão, etc), a ‘liberação do uso de drogas’, etc. 
Subjazem, aqui, como elementos motivadores desses propósitos, os já referidos egocentrismo, niilismo, narcisismo e hedonismo, cuja plena realização ocorreria em uma “nova ordem mundial”, isto é, em um governo global regido por uma elite mundial. 
Dessa forma, dir-se-ia que o governador do RS e seu partido (PSDB) se inserem em uma versão mais perniciosa do socialismo, qual seja, a do socialismo Fabiano. Nesse sentido, em minha opinião essa versão do socialismo é mais danosa do que o tradicional modelo adotado por partidos como o Partido da Causa Operária (PCO), o qual, interessantemente, costuma se opor a algumas pautas centrais do globalismo, especialmente àquelas atinentes aos costumes que causam efeitos deletérios sobre os indivíduos. 
Em resumo, o governador do RS tem se mostrado muito alinhado com o globalismo, o que explica sua súbita oferta de acolhida aos organizadores do ‘Criança Viada Show’, como se o RS não tivesse outras preocupações mais urgentes, como a crise econômica, de saúde e suas colateralidades, as quais, em grande parte, são oriundas de suas decisões.
Em suma, além dos problemas inerentes ao próprio projeto ‘Criança Viada Show’, particularmente sua ameaça às crianças (na medida em que ele envia uma mensagem que as acaba por erotizar), ainda cabe questionar: na ordem de prioridades do governador do RS, não deveriam estar à frente preocupações com políticas para a resolução dos problemas causados por decisões suas, motivadas mais por idiossincrasias ideológicas do que pelo bom senso e pela prudência, como o deletério isolamento social e a consequente estagnação econômica? 
Infelizmente, o problema dos vassalos do globalismo é que eles são motivados pelos seus interesses mesquinhos, não pelo bem comum. Não apenas isso, são impelidos por ideias fadadas ao fracasso, as quais conduzem a população à miséria, ao sofrimento e, eventualmente, à morte. 
De qualquer maneira, em meio à miséria econômica das famílias gaúchas, causada pela estagnação econômica oriunda do lockdown imposto pelo governo do RS, seu governador lhes pretende oferecer, ao invés de empregos, o programa ‘Criança Viada Show’. Como diz o texto bíblico, “onde estiver teu tesouro, aí também estará teu coração”.
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