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ISRAEL E A TÁTICA DE “BATER NO TELHADO”

 
“Uma vez que os palestinos experimentam a queda do telhado, em quase todos os casos, eles fogem do local”
Israel poderia ter escolhido o caminho mais fácil e atacado sem telefonemas ou ataques de advertência. Mas isso não aconteceu.
Oficiais das IDF (Forças de Defesa de Israel) no centro de comando sabiam exatamente o que tinham que fazer.
Após um ano de incessantes disparos de foguetes, o governo israelense decidiu que não dava mais para suportar … 2008 foi o ano do ‘basta’.
Era hora de voltar para a Faixa de Gaza e fazer todo o possível para derrubar o Hamas.
Enquanto um cessar-fogo estava em vigor há seis meses, disparos esporádicos de qassans (foguetes de fabricação caseira) e morteiros – continuaram a chover sobre Israel.
No entanto, o governo preferiu o silêncio.
A situação era tênue e os residentes do Sul puderam, pela primeira vez em anos, deixar suas casas com alguma segurança. O governo não iria colocá-los isso em risco tão rapidamente.
As Forças de Defesa (IDF) receberam informações de que o Hamas estava cavando um túnel terrorista na fronteira com Israel, semelhante ao que havia sido usado dois anos e meio antes para sequestrar Gilad Schalit, um soldado do Corpo de Blindados.
Decidiram então que o “túnel do tique-taque” – como estava sendo chamado – deveria ser destruído.
Uma força de elite da Brigada de Paraquedistas foi enviada através da fronteira próximo à casa onde o túnel estava sendo cavado.
Após um intenso tiroteio, alguns homens armados palestinos foram mortos.
A certa altura, uma grande bomba explodiu na casa, derrubando a estrutura e desmoronando o túnel.
A resposta do Hamas e o ataque de foguetes foram imediatos. Dezenas de qassans, katyushas (lançadores múltiplos de foguetes) e projéteis de morteiro atacaram o Sul de Israel, chegando até Ashdod.
Somente algumas pessoas sabiam que, ao mesmo tempo que diplomatas israelenses tentavam salvar o cessar-fogo (com a ajuda do Egito), o Shabak (Agência de Segurança de Israel) e a IAF (Força Aérea Israelense) estavam ocupados construindo um banco de informações sobre o Hamas – quartéis-generais, esconderijos de armas, aberturas de túneis e lançadores de foguetes … casas, escolas, hospitais, mesquitas – tudo estava sendo usado pelo Hamas para esconder suas armas e tudo estava sendo adicionado à lista das Forças Armadas.
Se uma guerra estourasse, Israel teria que encontrar uma maneira de atacar os alvos e, ao mesmo tempo, reduzir as baixas civis e os danos colaterais.
Reconhecendo o desafio, o Shabak fez algo inusitado: criou listas de números de telefone pertencentes aos proprietários das casas, edifícios de escritórios e hospitais em toda a Faixa de Gaza.
Foi um esforço nunca antes empreendido por outro exército, mas Israel sabia que não tinha escolha. Vidas inocentes deveriam ser poupadas.
A IDF (Forças de Defesa de Israel) sabia que havia basicamente duas categorias de alvos. Os primeiros eram terroristas: palestinos perpetrando um ataque ou planejando um.
Essas pessoas não seriam avisadas antes de serem atacadas. Para atingi-los com sucesso, Israel precisava usar o elemento surpresa, mesmo que isso significasse que alguns civis inocentes, infelizmente, seriam pegos na mira.
A segunda categoria (de alvos) incluiu casas, prédios de apartamentos, escritórios, mesquitas e outros edifícios civis onde o Hamas e a Jihad Islâmica armazenavam suas armas, montaram postos de comando ou usaram como cobertura para esconder túneis na fronteira.
Esses últimos foram os alvos que receberam ligações para dar aos civis a oportunidade de escapar dos ataques.
“Identificamos milhares de alvos graças aos nossos agentes em campo”, explicou Victor Ben-Ami, um veterano de 30 anos do Shabak (Agência de Segurança de Israel), que estava envolvido no esforço:
“Tínhamos uma lista de armazéns, fábricas, edifícios e outros locais. Era de nosso conhecimento que o inimigo usava a tática de se misturar e se esconder na infraestrutura civil.”
O Serviço de Inteligência, destacou Ben-Ami, foi implacável:
“Sabíamos em que andar estava localizado o alvo que procurávamos, de que cor era, o que havia lá, onde estava o aparelho de ar condicionado e muito mais”, explicou.
Israel sabia que civis estariam dentro dos prédios, então o IDF e o Shabak criaram uma nova doutrina operacional. Antes de atacar, seria necessário o cuidado extra de entrar em contato com o proprietário ou ocupante dos locais.
Havia uma mensagem padrão (através de uma ligação) em árabe que dizia mais ou menos o seguinte:
“Como vai você? Está tudo bem? Aqui é o exército israelense. Precisamos bombardear sua casa e estamos fazendo todos os esforços para minimizar as vítimas. Certifique-se de que não há ninguém por perto, pois em cinco minutos iremos atacar.”
A linha então ficaria muda.
Em todos os casos, um drone israelense estaria pairando acima, observando o que estava acontecendo na casa e nas proximidades.
Assim que visse as pessoas correndo para fora do prédio, a sede da IAF daria ao piloto de caça (ou ao helicóptero de ataque) luz verde para lançar o bombardeio.
Em alguns casos, os palestinos alegaram que drones israelenses também foram usados ​​para lançar os mísseis – embora Israel nunca tenha confirmado oficialmente que possui drones de ataque.
Se após o telefonema, a pessoa se recusasse a sair de casa, a Força Aérea primeiro dispararia um míssil (com capacidade limitada de explosivos) no telhado.
Geralmente era disparado para um canto, longe de onde as pessoas estavam.
Em alguns casos, os mísseis podem ser configurados para explodir no ar, minimizando ainda mais as chances de baixas.
Uma vez que os palestinos experimentam a “queda do telhado”, em quase todos os casos eles fogem do prédio. Depois que os drones israelenses verificam que as pessoas foram embora, a Força Aérea lança uma bomba ainda mais pesada, destruindo toda a estrutura.
Israel poderia ter escolhido o caminho mais fácil e atacado sem telefonemas ou ataques de advertência.
Mas isso não aconteceu.
Oficiais e soldados da IDF (Forças de Defesa de Israel) no centro de comando se adaptaram a uma situação em evolução sem ter uma doutrina totalmente pensada ou cuidadosamente elaborada sobre o que fazer, nem tecnologia especial que garantisse o sucesso.
Mas eles tinham seu objetivo – conservar os valores judaicos e, ao mesmo tempo, proteger a vida civil – e agiram de acordo.
Essa é a história da tática de “bater no telhado”.
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