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A LUTA PELO VOTO NO BRASIL E NOS EUA


Por Braulia Ribeiro
A luta pela integridade do voto marcou o mês de julho de 2021, tanto no Brasil quanto nos EUA. Agosto, a se julgar pelas manifestações que ocorreram no dia 1º, não vai ser diferente. Um país parece ser o espelho do outro. Um sobe a ladeira da democracia, outro desce em velocidade vertiginosa.  Nos EUA, a elite acadêmica e financeira, empoderada por uma mídia servil, quer que o país regrida. No Brasil, o povo confronta as elites nas ruas e abjura o establishment, empurrando o padrão político-moral para cima.  A essência da luta é a mesma, mas existem muitas diferenças, que é o que eu vou tentar explicar neste artigo.
Aqui nos EUA, os valores democráticos eram a regra até pouco tempo atrás, mas o país hoje vive um embate político semelhante ao do Brasil.  O grupo político majoritário, liderado por Joe Biden no Executivo e Nancy Pelosi na Câmara, tenta a todo custo anular as medidas corretivas que alguns estados estão fazendo para impedir que fraudes semelhantes às que podem ter acontecido em 2020 voltem a se repetir. Republicanos simpáticos a Trump, crendo ou não que houve fraude eleitoral, querem leis mais claras e justas.  Mas, para a grande mídia, quem quer transparência e correção é antidemocrático e racista. Assim como no Brasil a transparência no voto é “antidemocrática”.
Em 3 de julho, a revista The Economist, que já foi um veículo de informação que inspirava confiança, na matéria de capa, intituladas O risco real da democracia americana, oferece um engrolado de mentiras e falácias lógicas de fazer vergonha ao Barão de Münchhausen. No artigo, o autor distorce fatos e desossa contextos para criar uma narrativa na qual os republicanos, encabeçados por Trump, conspiram para destruir o mecanismo que garante a integridade eleitoral que o país cultiva desde a fundação.  O repórter afirma que as mudanças propostas pelos republicanos “ameaçam a democracia”. Segundo ele, algumas mudanças no mecanismo de apuração restringindo a “independência” dos burocratas que supervisionam a eleição e outros retificações que evitam o controle da contagem por um só partido podem vir a restringir a imparcialidade eleitoral.  
A verdade é bem outra. Foi por causa da lassidão dos regulamentos em alguns distritos que Mark Zuckerberg, o dono do Facebook, pôde sair distribuindo dinheiro pelo país afora para que militantes democratas tomassem controle das zonas eleitorais que penderiam a balança final para Biden. A própria NPR (National Public Radio), agência de notÍcias parcialmente financiada pelo governo americano, publicou[1] que foram os milhões de Mr. Zucker que “salvaram” Biden. O que esses milhões compraram é que é a grande questão. Muitos republicanos não têm dúvidas de que compraram centenas, talvez milhares de agentes eleitorais para fabricar votos falsos, produzir contagens exageradas em favor do democrata, fechar distritos para que os fiscais republicanos não pudessem participar da contagem, e mais um monte de artimanhas. É possível que tenham comprado também juízes distritais e estaduais que se recusaram a permitir recontagens, fechando resultados mesmo face à grande confusão e possíveis evidências de fraudes. No distrito de Maricopa, no Arizona, por exemplo, a auditoria dos votos se prolonga há meses, parece revelar uma fraude bem significativa. Em conclusões que ainda podem ser contestadas, a auditoria demonstrou que 11.336 pessoas que não eram eleitores do distrito votaram no dia 3 de novembro. Outros 74 mil votos que vieram pelo correio não foram enviados à seção eleitoral do distrito. Outros “erros técnicos” como esses também beneficiaram Biden. A CNN obviamente notícia que a auditoria deu com os burros n’água, enquanto os trumpistas se esforçam por verificar transparência da contagem, e confirmar as fraudes. 
Muitos congressos estaduais estão lutando para reparar as brechas e impedir que o fiasco de 2020 se repita. Mas não sem dificuldades.  O estado da Geórgia, o primeiro a passar leis do tipo, foi punido pela MBL, liga nacional de beisebol que retirou o all-star game, que acontecia todos os anos de Atlanta, e o transferiu para Denver. O jogo rendia mais de 65 milhões de dólares à cidade. O congresso estadual do Texas está para aprovar uma mudança significativa nas leis eleitorais. Mas, no dia da votação das novas leis, viu um grupo de deputados democratas embarcando para fora do estado em dois jatos fretados. As leis do estado rezam que se os congressistas estão dentro do estado a polícia pode trazê-los à força para a seção de votação. Saíram do estado então todos juntos, numa manobra que impediu que o congresso tivesse quórum para votar a medida. Os deputados posaram para fotos no avião “fazendo um sacrifício pelo bem do estado” enganando apenas os que pensam que voar em jatinho particular tomando cerveja e vinho à vontade e ainda recebendo sem trabalhar é sacrifício.  Ao chegar em Washington, deram inúmeras entrevistas posando de heróis que lutam pela democracia.  Infelizmente, logo depois vários deles caíram doentes de covid-19, contaminando inclusive inúmeros funcionários da Casa Branca. A farofada tem dias contados para terminar. O governador do Texas já tem policiais preparados para escoltá-los ao prédio do congresso estadual assim que voltarem ao solo texano, porque a estadia do grupo em DC não pode se prolongar para sempre.
Outra mentira que os democratas não estão se envergonhando de alardear é que republicanos querem impedir negros e latinos de votar. Tudo o que as novas leis exigem é que o eleitor apresente um documento de identidade para evitar o voto duplo e o voto falso. Congressos estaduais se esforçam para que o voto seja legal. Ou seja, querem assegurar um voto por cidadão, sendo que a palavra operante aqui é cidadão.  A cortina de fumaça dos democratas é dizer que as medidas que exigem a apresentação de identidade e que limitam a possibilidade de voto por correio são antidemocráticas e inconstitucionais. Os democratas, na condescendência racista que lhes é habitual, advogam que negros e latinos são menos capazes do que os brancos de obter documentos de identidade. Eles espalham pela nação a acusação de “racismo” e xenofobia aos que apoiam a obviedade que é o voto restrito ao cidadão.  Como a esquerda no Brasil, os democratas aqui estão há várias décadas executando um plano cuidadoso para conseguirem a hegemonia absoluta. A entrada e legalização de milhões de imigrantes faz parte desse plano. Desde a posse de Biden, as fronteiras estão abertas.  O projeto de lei HR1, em andamento na câmara federal,  que visa permitir o voto do imigrante legal, e até o  voto de ilegais, o mesmo projeto, que é uma bomba que com certeza vai destruir a integridade eleitoral no país se aprovado, vai bloquear a legislação estadual e federalizar as regras. A linguagem que eles usam para promover tal atrocidade é a da proteção ao “direito ao voto”. E como não pode deixar de ser a “defesa da democracia contra a supremacia branca xenofóbica”.
Muitos não entendem a insistência de Trump em provar a fraude de 2020. Muitos republicanos se ressentem dessa insistência por parte do homem laranja. Mas Donald, assim como Jair, tem um faro apurado para o cheiro de povo. Como disse alguém na TV outro dia, “o homem pode ser um milionário, mas tem um coração de operário”. Trump parece conhecer como poucos o coração do americano médio, suas aspirações e medos. E os “deploráveis” se reuniam em dezenas de milhares para ouvi-lo durante a campanha, enquanto Biden reunia um grupinho insignificante de fanáticos partidários. Todos sabem que a vitória de Biden em distritos quase estritamente operários não cheirou bem. Que a elite nova iorquina votasse na agenda radical de Biden não foi surpresa para ninguém, mas é impossível imaginar que distritos de “colarinho-azul” constituídos pela boa e velha classe média operária americana — de valores religiosos sólidos e conhecida intolerância ao vitimismo democrata — tenham votado em Biden sem uma “mãozinha”. Trump percorre a nação fazendo campanha pela mudança das leis estaduais e com isso ganha cada vez mais força no partido.
Trump e Bolsonaro se posicionam do mesmo lado no embate pelo voto democrático. As agências de notícias internacionais, todas elas pertencentes à seita ideológica da esquerda, associam os dois presidentes, mas como se estivessem do lado autoritário do debate.  A rede internacional de notícias Reuters em artigo no dia 2 de agosto[2], acusou o brasileiro sutilmente: “Críticos dizem que Bolsonaro, como o ex-presidente Donald Trump, está semeando dúvidas com clamores infundados da possibilidade de fraude para pavimentar o caminho para não aceitar uma derrota em 2022.” Mas, com clareza moral rara nos políticos de hoje, tanto Trump quanto Bolsonaro apostam seu futuro político nessa briga.  Não pensem vocês que eles lutam por si mesmos, por mais um mero mandato de quatro anos. Tanto Trump quanto Bolsonaro acertam porque lutam pelo futuro da democracia.
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