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O que há por trás do boicote diplomático dos EUA às Olimpíadas de Pequim em 2022?

O boicote norte-americano às Olimpíadas de inverno de 2022, em Pequim, na China, vem em um momento delicado das relações do gigante asiático com Taiwan e de acusações de violação de direitos humanos. A Sputnik Brasil entrevistou dois especialistas a respeito do assunto.
A administração do presidente norte-americano Joe Biden anunciou na segunda-feira (6) que seus representantes não estarão presentes nos Jogos de Inverno de 2022 em Pequim, na China.
Chamado de "boicote diplomático" por analistas, somente os representantes oficiais do governo não vão comparecer ao evento, diferentemente dos atletas, que poderão participar.
A postura adotada pelos EUA e também abraçada por países como a Austrália, Canadá e Reino Unido tem como pano de fundo uma série de constrangimentos envolvendo a China e sua relação com os direitos humanos.
Segundo Washington, o país tem promovido violações dos direitos humanos dos uigures, povo muçulmano que reside na região de Xinjiang, no noroeste da China, e o boicote seria uma forma de represália.
Para o professor de Relações Internacionais da ESPM Porto Alegre, Vítor Alessandri Ribeiro, o movimento norte-americano tem outras nuances, não tão evidentes.
"A gestão de Donald Trump seguia necessariamente uma linha um pouco mais dura e mais enfática de 'demonização' do governo chinês, para sua própria audiência, o eleitorado dos EUA. Já Joe Biden tem a proposta de estabelecer um caminho de diálogo um pouco mais aprofundado", afirmou.
Segundo o professor, Biden tem sofrido alguma pressão por parte dos republicanos, que julgam sua gestão muito branda. O boicote, além de oportuno diante das críticas, dá uma imagem mais austera à posição dos EUA, com ênfase nas violações de direitos humanos do governo de Xi Jinping.
"É importante notar que, desde a normalização das relações da China com os EUA, em 1972, ainda no contexto do governo Nixon, quando o secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger se empenhou pessoalmente no resgate das relações, que haviam sido rompidas, a agenda de direitos humanos esteve presente até os dias de hoje, com mais ou menos ênfase", explica.
Fonte: SPUTINIK

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