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Os filósofos dos dois lados: entre Olavos e Tiburis

Por Davidson Oliveira
Existem algumas concepções sobre a filosofia que eu me atrevo a criticar. Veja, por exemplo, o posicionamento daqueles que acreditam que ela é a “ciência que ensina a pensar”. Convivi também com aqueles que pensam que ela é “ciência mais necessária, pois ensina o homem a diferenciar o bem do mal, o certo do errado, o ético do antiético”.
A filosofia é, acima de tudo, uma área, ou espaço, onde o debate e as argumentações são respeitados entre si, ao ponto de um lado aprender a admirar o outro mesmo quando os argumentos de um são suficientes para rechaçar o outro. Assim o filósofo tem a função de apresentar seu ponto de vista, baseado em argumentos, para que os ouvintes possam optar por concordar ou não. Tentar calar o opositor é totalitarismo de ideias. É abominável!
No mundo de hoje, alguns grupos tentam colar a pecha de “polarização” no debate filosófico, como se ela fosse algo muito recente, o que representa um erro ridículo. Polarização é a mais perfeita representação de democracia! É preciso aceitar a existência de lados opostos (extremamente opostos) no debate. Dizer que isso prejudica alguma coisa é admitir o totalitarismo. Não há polarização na China, Venezuela, Cuba, Coreia do Norte e etc.
E como o assunto é filosofia, sobretudo no campo político, não posso me eximir da responsabilidade de anotar ao leitor que a morte de Olavo de Carvalho e as covardes comemorações daqueles que jamais suportariam dois minutos de debate com ele, são a representação maior da crise que a filosofia como meio de opção de exposição de ideias passa. Carvalho sempre foi corajoso ao expor de forma simples e direta, as vezes até demais, suas ideias e ideais. Era compreendido pela maioria dos leitores e tinha audiência cativa daqueles que, por meio dele, aprenderam a discutir, analisar e questionar a política nacional. Nunca se esquivou de criticar a própria “direita brasileira”, demonstrando um grande apreço pela verdade, mesmo que cortasse na própria carne. Foi crítico, inclusive, de muitas ações do governo Bolsonaro, que deve sim a Olavo grande parte de seu eleitorado fiel.
Para testar algumas das contribuições de Olavo de Carvalho ao Brasil, veja uma série de expressões que ele nos ajudou a entender: Teatro das tesouras, Foro de São Paulo, Escola de Frankfurt, sexismo, direita e esquerda, Socioconstrutivismo e tantas outras. Ele fez seu papel e cumpriu sua missão de mostrar o “outro lado”. Ou você acha que saberia algo sobre os assuntos acima citados estudando pelos livros do MEC?
Por outro lado, fazendo um breve comparativo, os filósofos da esquerda apresentam uma filosofia repetitiva, e às vezes carregada de ódio. Isso vem desde a raiz do pensamento da corrente marxista. O próprio Marx era um filósofo do ódio, como podemos ver em seus escritos sobre a família tradicional, a religião judaico cristã e as classes sociais. E mesmo assim é necessário aceitar o debate entre as correntes opostas, ainda que tenhamos que tolerar Marcia Tiburi defendendo o assalto e a vitimização do bandido.
A filosofia marxista não oferece grandes dificuldades aos opositores. A própria sociedade se manifesta contrária ao pensamento de revolução cultural, destruição das bases que formaram a cultura ocidental, aparelhamento estatal, doutrinação nas escolas e tantas outras loucuras. E é exatamente por isso que os ditos defensores da paz, do amor e da democracia comemoram a morte de Olavo de Carvalho. É porque o filósofo nunca precisou arrebanhar opositores para a esquerda. Ele simplesmente mostrou fatos, trouxe os fatos históricos reais à tona, incentivou a população a sair da bolha dos livros do MEC e abriu os olhos das pessoas para o que vinha acontecendo desde o início do século XX no mundo. Pronto! Como a esquerda não odiaria Olavo de Carvalho? Ele SOZINHO (letras garrafais propositais) implodiu o sistema e se tornou uma pedra no sapato da esquerda brasileira. Isso é muito humilhante.
Portanto o sentimento de ódio ao “Olavismo” deve crescer ainda mais se a lógica da filosofia for obedecida: As ideias de um filósofo crescem e se espalham ainda mais depois de sua morte.
Que haja conforto para a família. Que as ideias de Olavo de Carvalho se espalhem ainda mais. Que sua memória permaneça viva.
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