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BRB quer ampliar atuação além de Brasília

CEO revela plano para transformar o BRB em um banco de médio porte e ampliar presença em outras regiões do país
O presidente Paulo Henrique Costa, presidente do Banco de Brasília (BRB), revelou em entrevista ao Valor Econômico que a instituição pretende ampliar sua presença nos próximos cinco anos, deixando de ser um banco regional para se tornar um “banco de médio porte”. O plano é aumentar a participação de clientes corporativos na carteira, reduzindo os atuais 88% de clientes pessoa física. A estratégia de expansão inclui o Nordeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
A intenção é fortalecer o segmento empresarial, principalmente as médias e grandes empresas, não só em Brasília, mas também em outras regiões. A participação de clientes corporativos na carteira do banco passaria de 12% para aproximadamente 40%. No entanto, essa expansão está condicionada ao desempenho econômico futuro. Antes, a maior parte da carteira do BRB era composta por crédito consignado, representando 80% do total. No entanto, a atual gestão do banco visa diversificar a receita e expandir sua presença para além do Distrito Federal, atendendo ao desejo do acionista controlador, o Governo do Distrito Federal (GDF). Além do crédito consignado, o BRB é líder em crédito imobiliário e rural na capital federal. O Presidente Costa descreve esta transformação como uma reconstrução necessária para competir eficazmente com outros bancos.
Há quatro anos, quando Costa assumiu o BRB durante o primeiro mandato do governador Ibaneis Rocha (MDB), a maioria dos clientes do banco eram servidores públicos do Distrito Federal que utilizavam principalmente contas correntes e empréstimos consignados, com pouco uso de produtos de investimento ou seguros. Atualmente, o perfil do cliente mudou, e o BRB atende principalmente clientes de média e alta renda, com um relacionamento mais amplo e uso de outros produtos. Dados de março deste ano indicam que a carteira de crédito do BRB está avaliada em R$ 32 bilhões, ante R$ 8,8 bilhões no fim de 2018. Os ativos totais do banco somam R$ 45 bilhões (R$ 15 bilhões em 2018).
O crescimento durante a pandemia e o atual ambiente econômico desafiador exigiram uma gestão cuidadosa. Agora, o foco do banco está na qualidade, eficiência e rentabilidade após uma fase de rápido crescimento. Parceria com o Flamengo – O presidente do BRB acredita que é possível aumentar a carteira de crédito em até 20% até o fim do ano, principalmente com a expansão para além da capital do país. A parceria com o Flamengo, que resultou no lançamento de um banco digital, naturalmente atraiu mais clientes no Rio de Janeiro. Costa também mencionou a possibilidade de emitir novas ações para captar mais recursos e sustentar o crescimento nos próximos anos. Ele destacou que é natural que o GDF participe dessa operação como acionista majoritário, considerando os lucros e dividendos distribuídos nos últimos anos. Apesar dos ambiciosos planos de expansão, Paulo Henrique Costa reconhece os desafios decorrentes da alta da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano. O
banco passa por um período de ajustes após rápido crescimento, tendo aumentado sua base de clientes de 600 mil para 7 milhões ao final do primeiro semestre. O BRB registrou lucro líquido de R$ 70 milhões, aumento de 23,9% em relação ao trimestre anterior e de 20,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em relação à inadimplência, houve aumento quando o banco iniciou sua expansão para outras cidades, chegando a 3,2% em março do ano passado. Atualmente, a alíquota está em 2%. O CEO ressaltou a importância da gestão estratégica para manter uma carteira de crédito de qualidade e destacou que o banco tem ajustado seu apetite ao risco ao longo do tempo.

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