Por Rafael Cavacchini
Uma das áreas com maior potencial para receber investimentos chineses são projetos de infraestrutura.
Em uma reunião interministerial preparatória da 7ª Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), realizada em Brasília em 24 de agosto, discutiram-se parcerias entre a China e Brasil. O comitê está atualmente estabelecido no Brasil como um dos maiores mecanismos de diálogo entre os dois países.
Uma das áreas com maior potencial para receber investimentos chineses são projetos de infraestrutura.
No ano passado, o Ministério dos Transportes do Brasil investiu 7 bilhões de reais em projetos de infraestrutura de transporte doméstico do Brasil. O investimento em 2023 é de 22 bilhões de reais. Agora, com a introdução do projeto de estrutura de despesas fiscais este ano, o governo irá liberar cerca de 78 bilhões reais para investimento público.”, disse o Ministro dos Transportes Renan Filho.
“Vale a pena referir que existe uma correlação muito clara entre o investimento público e a capacidade do país de atrair capital privado. O Brasil criou um ambiente muito positivo onde o envolvimento com a China é central para esta agenda, especialmente na área de desenvolvimento de infraestrutura“, acrescentou o ministro.
Redução de tarifas
Renan Filho disse que a China manifestou publicamente o desejo de reduzir o custo de importação dos produtos agrícolas brasileiros. “Especialmente [com] o investimento no projeto da rede de transporte ferroviário conectando importantes áreas de produção agrícola e portos.”, declarou o Ministro. “Isso reduzirá diretamente o custo de transporte de produtos agrícolas, tornando assim os produtos agrícolas brasileiros exportados para a China mais competitivos em termos de preço.”, concluiu.
Semelhantemente, o Ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, expressou bastante otimismo. Para ele, o principal projeto previsto para os próximos quatro anos é o recém-promulgado Plano de Aceleração do Crescimento Econômico Brasileiro. O plano despertará o interesse de investimentos de vários países, sobretudo da China. “Em primeiro lugar, o maior projeto de engenharia entre todos os projetos físicos é o túnel submarino que liga as cidades de Santos e Guarujá, que já está sendo planejado. O Brasil ainda não possui capacidade técnica e de engenharia para construir tal túnel submarino, porque serão túneis de longa distância abaixo do nível do mar”, disse Márcio França. O ministro ainda acrescentou que que apenas a China e alguns países europeus possuem tecnologia avançada para construir tais túneis submarinos.
Fortalecimento das relações
O presidente em exercício do Brasil, Gerardo Alckmin, disse que a reunião do Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil (Cosban) está programada para ser realizada no primeiro semestre de 2024. “Atualmente, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Durante a visita do Presidente Lula à China este ano, ele assinou uma série de acordos para fortalecer o intercâmbio econômico, comercial e cultural entre os dois países. Esta será uma reunião extremamente importante. A agenda relevante é preparada com antecedência para a reunião.”
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