Por Mariana Goelzer
O comprador, Grupo Arnest, é o maior fabricante russo de cosméticos, produtos domésticos e embalagens metálicas para o setor de bens de consumo
Nesta sexta-feira, 25, a Heineken anunciou a finalização do seu processo de saída da Rússia. As operações da empresa holandesa, que incluem sete cervejarias e outros ativos, foram vendidas pelo valor de € 1 para o Grupo Arnest.
O Grupo Arnest é o maior fabricante russo de cosméticos, produtos domésticos e embalagens metálicas para o setor de bens de consumo.
Nas cláusulas do contrato, não está incluída a opção de recompra.
Além disso, o Grupo Arnest se compromete a empregar os 1,8 mil funcionários da Heineken pelos próximos três anos.
Apesar de o acordo provocar a perda de € 300 milhões, a cervejaria declarou que a quantia terá um impacto insignificante nos lucros.
Sua perspectiva para o ano de 2023 se manteve inalterada.
Por que a Heineken demorou para deixar a Rússia?
A Heineken começou o processo para deixar a Rússia em março de 022, sob a justificativa de que permanecer naquele ambiente era insustentável. O motivo: a invasão da Ucrânia pelos russos.
Para rebater as críticas de que demorou muito tempo para realizar a saída, a Heineken alegou que queria garantir o sustento de seus funcionários e realizar um processo de transferência ordenada para o novo dono da empresa no país.
Outra justificativa para a demora são as novas regras impostas pelo Kremlin às empresas estrangeiras na venda de seus ativos.
As companhias têm de receber o aval do ministro das finanças russo, o que pode levar de seis a 12 meses. Companhias petrolíferas e bancárias ainda precisam da assinatura do presidente Vladimir
Putin
As novas medidas são uma retaliação do Estado russo às sanções ocidentais.
A Heineken acrescentou que removeu sua marca da Rússia no ano passado e que a produção da Amstel será gradualmente interrompida dentro do prazo de seis meses
Confira a nota oficial do CEO da companhia, Dolf van den Brink
“Agora completamos nossa saída da Rússia. Os acontecimentos recentes demonstram os desafios significativos que grandes empresas industriais enfrentam para sair da Rússia. Apesar de ter demorado mais do que esperávamos, essa transação assegura a subsistência de nossos funcionários e permite que deixemos o país de uma maneira responsável.”
Fonte: Revista Oeste
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