O Centrão, um bloco de partidos políticos que tem histórico de apoiar governos de esquerda e direita no Brasil, está negociando com o presidente Lula para aderir ao governo. Em diferentes ocasiões, o Centrão pediu para ocupar os ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, e do Esporte, além da presidência da Caixa e da Fundação Nacional de Saúde.
Há meses, Lula diz que abrirá espaços para políticos do PP e do Republicanos na Esplanada dos Ministérios, mas até agora não fez as mudanças prometidas nem selou a aliança com o grupo. O presidente considera a fatura apresentada pelo Centrão cara demais e quer entregar pastas de menor porte, mas mesmo estas não são de fácil substituição, porque estão nas mãos de legendas que apoiaram o petista na campanha de 2022, como o PSB e o PCdoB.
Como a meta é trazer mais legendas de centro para o governo, a tendência é que os aliados históricos percam espaço. Não é certo que isso ocorrerá, mas Lula já está preparando o terreno. Com a esperteza que lhe é peculiar, o petista fez seus assessores circularem a versão de que ele está sofrendo diante da possibilidade de demitir parceiros de longa data, como se já não tivesse feito isso, sem choro nem vela, em outras ocasiões. Reconhecidamente pragmático, Lula nunca teve pudor de submeter companheiros ao sacrifício. Quando o escândalo do mensalão estourou, a primeira reação dele foi dizer que tinha sido traído. José Dirceu logo caiu do cargo de ministro-chefe da Casa Civil.
As negociações entre o Centrão e o governo Lula ainda estão em andamento e é possível que o bloco consiga ocupar alguns dos ministérios que deseja. No entanto, é também possível que as partes não cheguem a um acordo e o Centrão fique de fora do governo.
O resultado das negociações terá impacto significativo na composição do governo Lula e na governabilidade do país. Se o Centrão conseguir ocupar os ministérios que deseja, terá um papel importante na definição das políticas públicas do governo. No entanto, se o bloco ficar de fora do governo, Lula terá que encontrar outros parceiros políticos para apoiar suas políticas.
Independentemente do resultado das negociações, o caso do Centrão mostra que o governo Lula terá que fazer concessões para garantir a governabilidade do país.
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