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Trump sofre novo indiciamento e enfrenta obstáculos para reeleição; entenda a semelhança com o Brasil

 
Por Rhuan C. Soletti
O ex-presidente Donald Trump é indiciado mais uma vez, sob acusação de esforços para anular as eleições de 2020. Mas, como no Brasil, pode ser impedido de se eleger
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi indiciado mais uma vez, agora na investigação do advogado especial Jack Smith, sobre o suposto esforço do político para “anular os resultados” das eleições de 2020, quando o atual presidente dos EUA Joe Biden obteve a vitória. As investigações, de modo semelhante ao Brasil, supõem uma influência direta de Trump nos eventos de 6 de janeiro de 2021, quando o Capitólio dos EUA foi invadido por manifestantes, na intenção de impedir a posse de Biden. 
Em julho (18), o ex-presidente disse que recebeu uma carta do procurador especial, Jack Smith, afirmando que ele é alvo de uma investigação sobre suas supostas tentativas de “anular” o resultado da polêmica eleição presidencial de 2020. Como consequência, na última terça-feira (1°) foram anunciadas acusações de um Tribunal Distrital de Washington, segundo as quais Trump perpetrou três conspirações criminosas “baseadas na desconfiança generalizada que o réu estava criando por meio de mentiras generalizadas e desestabilizadoras sobre fraude eleitoral”. 
Essa nova denúncia afirma que Trump valeu-se de "desonestidade, fraude e engano" para obstruir o processo "de coletar, contar e certificar os resultados das eleições presidenciais". O procedimento “obstruído” é o do processo de confirmação do vencedor das eleições, Joe Biden, pelo Congresso, em 6 de janeiro. Supostamente, os direitos de votar e o de ter o voto contado foram atacados. Pela lei norte-americana, o indiciamento torna um investigado réu. 
Trump está em primeiro lugar nas pesquisas sobre candidaturas republicanas, com 30 pontos à frente do segundo colocado, o governador da Flórida, Ron DeSantis, segundo pesquisa do jornal The New York Times.
"Por mais de dois meses depois do dia da eleição, em 3 de novembro de 2020, o réu espalhou mentiras de que houve fraude no resultado das eleições e de que ele na verdade venceu. Essas afirmações eram falsas, e o réu sabia que elas eram falsas. Mas o réu as repetiu amplamente", afirma a acusação em documento de 45 páginas, assinado pelo conselheiro especial do Departamento de Justiça, Jack Smith.
“Apesar de ter perdido, o acusado estava determinado a manter-se no poder”, apontou o documento de acusação. A acusação alega, sem provas, que ele recrutou “co-conspiradores” para ajudar em “seus esforços criminosos para anular os resultados legítimos da eleição presidencial de 2020 e manter o poder”. 
Para Trump e muitos outros, não é coincidência que as acusações contra ele ocorreram menos de 24 horas depois de o Congresso ter ouvido o testemunho de Devon Archer, parceiro de negócios de longa data de Hunter Biden, filho de Joe Biden. Archer afirmou que o atual ocupante da Casa Branca se juntou às ligações comerciais de Hunter mais de 20 vezes – envolvendo tráfico de drogas, sexual e outros crimes.
Ele testemunhou, na segunda-feira (31), que esteve em várias chamadas em viva-voz com Hunter Biden e o presidente Joe Biden quando este último era vice-presidente na gestão de Barack Obama. Archer alegou que Biden foi colocado ao telefone para ajudar Hunter Biden a vender o que ele chamou de "a marca" [da família], de acordo com o representante James Comer (republicano de Kentucky), que preside o Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara.
“A falsa acusação de ontem contra Donald Trump é mais uma tentativa desesperada de desviar a atenção das crescentes evidências do envolvimento direto de Joe Biden no esquema ilegal de tráfico com sua família – um dos maiores escândalos de corrupção da história da política”, publicou a congressista Elise Stefanik.
O jornalista Paulo Figueiredo, em seu perfil do Locals, publicou que, de acordo com a última pesquisa da Rasmussen Reports: 
  • 60% dos prováveis eleitores acreditam que Joe Biden participou de um encobrimento ilegal para ocultar seu envolvimento nos negócios estrangeiros de seu filho; 
  • 45% acreditam que tal encobrimento é muito provável; 
  • 34% dizem que não é provável que Biden tenha encoberto ilegalmente seu papel nos negócios estrangeiros de seu filho e; 
  • 18% que acreditam que não é provável de forma alguma.
Joe Biden afirmou que nunca discutiu os negócios de Hunter com ele. Contudo, o depoimento de Archer "confirma que Joe Biden mentiu para o povo americano quando disse que não tinha conhecimento dos negócios de seu filho e não estava envolvido", disse Comer, conforme relatado pelo The Wall Street Journal.
Estas acusações em tela não são as mesmas da acusação federal que ele enfrenta na Flórida, por supostamente reter ilegalmente documentos confidenciais levados para sua casa em Mar-a-Lago depois que ele deixou a Casa Branca.
A totalidade delas, até o momento, são quatro: 
  • Conspiração para defraudar os EUA (até 5 anos de prisão); 
  • Conspiração contra direitos (até 5 anos de prisão); 
  • Conspiração para obstruir um procedimento oficial (até 20 anos de prisão) e; 
  • Obstrução de fato de um procedimento oficial (atual – até 20 anos de prisão). 
Um porta-voz do ex-presidente Trump confirmou que ele foi notificado sobre essa acusação e nesta quinta-feira (3) confirmou que irá se apresentar à corte federal na capital americana para uma audiência em que as acusações serão lidas contra ele. O republicano então será questionado se se declara culpado ou não.
O jornal The New York Times chegou a confirmar que Joe Biden instruiu seu procurador-geral a processar seu rival, que está liderando as campanhas. Jesse Watters, apresentador da Fox News, disse: “Este não é um Departamento de Justiça independente, este não é um Conselho Especial independente. Eles estão sendo dirigidos pelo Comandante-Chefe.”
Seu filho Donald Trump Jr. publicou em seu Twitter o mesmo vídeo publicado pelo pai na Truth Social, onde Trump dá resposta sobre as acusações. No vídeo, Trump diz que seu caso em específico nunca aconteceu na história do país, e que isso tudo é "interferência eleitoral de altíssimo nível". "Se os democratas focassem suas energias na integridade e honestidade", disse Trump, eles "poderiam fazer coisas grandiosas".
Agora, o caso segue para julgamento. Um obstáculo para Trump é, de acordo com o New York Times, o fato de que a juíza responsável pelo caso deve ser Tanya S. Chutkan – indicada no governo Obama –, que tem sido rígida em decisões contra participantes da invasão do Capitólio. Outro obstáculo é o local em que ele ocorrerá: Washington – cidade de tendência de esquerda e pró-Estado. Em contraste, o processo dos documentos secretos ocorre na Flórida, estado pró-Trump.
A perseguição política não para por aí: além dos três nos quais ele já foi formalmente acusado, ainda existe uma investigação no estado da Geórgia baseada nos mesmos argumentos: a tentativa de impedir sua derrota. A expectativa é que uma acusação formal saia entre agosto e setembro.
Por mais que as acusações não interfiram – e talvez até impulsionam – a corrida eleitoral de Trump em relação à seus apoiadores, elas interferem financeiramente. As despesas legais de sua campanha eleitoral dispararam de cerca de 15% no ano passado para quase 70% no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados de um dos grupos responsáveis pela arrecadação de fundos vinculados a Trump. 
O ex-presidente publicou na Truth Social:
“Biden e sua família roubam milhões e milhões de dólares, incluindo subornos de países estrangeiros, e estou indo para D.C. para ser preso por protestar contra uma ELEIÇÃO CORRIDA. FORO INJUSTO, JUIZ INJUSTO. Somos uma nação em declínio. MAGA (Faça a América grande de novo)!”
Fonte: Brasil Sem Medo

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