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Entenda como PEC de autoria de Flávio Dino no Congresso impediria Lewandowski de assumir Ministério da Justiça

 

Lewandoski foi indicado ao STF por Lula em 2006. Sua atuação foi notavelmente marcada por uma série de decisões favoráveis ao petista e seus aliados.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, durante seu mandato como deputado federal, em 2009, foi autor de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impossibilitaria o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, de assumir como seu sucessor no cargo. O texto apresentado por Dino estabeleceu uma mandato de 11 anos para os juristas do STF. O documento, inclusive, determinava a aplicação de uma quarentena de três anos antes que os ex-integrantes da Corte possam realizar o “exercício de cargas em comissão ou de mandatos eletivos em quaisquer dos Poderes e entes da federação”.
Após a confirmação oficial de que Ricardo Lewandowskin será o futuro titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o atual ocupante do cargo, Flávio Dino, expressou sua satisfação em ser sucedido pelo advogado e ex-magistrado. Por meio das redes sociais, Dino desejou sucesso ao sucessor, revelando que deixará a pasta em 1º de fevereiro para reassumir sua posição como senador. Em 22 de fevereiro, ele tomará posse como novo membro do STF.
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“Feliz em ser sucedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, um professor pelo qual tenho estima e admiração. Desejo sorte e sucesso. Teremos 20 dias de transição, ao longo dos quais eu e a minha equipe ajudaremos ao máximo a aqueles que vierem a ser escolhidos para continuar com as tarefas que hoje conduzimos. No dia 1º de fevereiro retorno ao Senado, onde permanecerei até o dia 21 de fevereiro. Neste dia renunciarei para assumir o STF no dia 22”, disse.
Lewandowski era o favorito para a pasta e seu nome passou a ser consenso entre aliados e governistas de Lula para evitar disputas entre outras alas da esquerda. O pedido foi oficializado nesta quinta-feira (11) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em julho do ano passado, o jurista também foi indicado pelo governo para a presidência do Tribunal Permanente de Revisão (TRP) do Mercosul, cargo já assumido por ele em 1º de janeiro de 2024.
A PEC que barraria Lewandowski no ministério da Justiça foi compensada a outra de teor semelhante na Casa, ainda estagnada em fase inicial de tramitação. A transição de ministros da Corte para o Executivo tornou-se um fenômeno raro após a segunda metade da década de 1970. Por outro lado, o movimento inverso pode ser observado com mais intensidade. O último caso similar ao de Lewandowski ocorreu há 17 anos, com o advogado Nelson Jobim, que, pouco mais de um ano após se aposentar, assumiu o Ministério da Defesa no segundo mandato de Lula, em junho de 2007.
As outras duas ocasiões se deram no mandato do ex-presidente Fernando Collor (1990 – 1992). Dias após deixar o STF, em 1992, Célio Borja oficializou que comandaria o Ministério da Justiça. O jurista havia atuado por um ano como assessor especial de José Sarney até ser indicado ao cargo. Em 1990, Francisco Rezek também realizou o mesmo movimento ao deixar a Corte para assumir como ministro de Relações Exteriores de Collor. Dois anos depois, Collor empreendeu um movimento inédito ao indicar Rezek para regressar ao Supremo.
A transição de Lewandowski foi duramente criticada pelo ministro aposentado Marco Aurélio Mello. Em entrevista ao jornal ´Poder360, o jurista argumentou que “o caminhO deve ser inverso – do Ministério da Justiça para o Supremo. Um ministro aposentado ser auxiliar do presidente da República, demissível a qualquer momento? Isso não passa pela minha cabeça. Mas, paciência, é o Brasil ‘desarrumado’”.
Lewandoski foi indicado ao STF por Lula em 2006. Sua atuação foi notavelmente marcada por uma série de decisões favoráveis ao petista e seus aliados.

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