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Argentina quer relação pragmática com o Brasil, mas sem elos entre Lula e Milei


Em visita oficial ao Brasil, chanceler argentina consegue conduzir bem acordos importantes entre os dois países, porém sem pagar pedágio ideológico ao governo Lula
A ministra das relações exteriores da Argentina, Diana Mondino, esteve no Brasil ao longo da semana passada em visita oficial. A passagem da chanceler reforçou a manutenção das relações diplomáticas entre os dois países, porém com foco em acordos técnicos e pragmáticos, sem laços diretos entre o presidente argentino Javier Milei e Lula.
Os temas principais das reuniões com autoridades brasileiras foram a conclusão do gasoduto de Vaca Muerta, a retomada de projetos de construção de pontes na fronteira e possíveis acordos comerciais, principalmente a venda de blindados brasileiros para as forças armadas do país vizinho.
Uma das principais reuniões de Mondino foi com o chanceler brasileiro Mauro Vieira. Durante o encontro discutiu-se sobre acordos de cooperação em defesa e infraestrutura, com Mondino reforçando a importância dos acordos bilaterais.
Foi durante as conversas com Vieira que se debateu sobre a conclusão do gasoduto de Vaca Muerta, fundamental para ambas as nações.
A Argentina, em plena luta para recuperação econômica após anos de devassa do kirchnerismo, tem necessidade de concluir a obra para poder vender o gás natural para o Brasil, o maior consumidor da região.
O Brasil, por sua vez, precisa de um novo fornecedor. Atualmente a Bolívia é a principal vendedora de gás natural para o nosso país, porém há rumores muito fortes de que suas reservas estão próximas do fim. A instabilidade política boliviana — com o recente conflito interno entre o presidente Luis Arce e Evo Morales, que levou à expulsão de Arce do Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Morales — também parece ser um fator de peso nessa decisão de aproximação com a Argentina em relação ao gasoduto.
Além disso, houve conversas sobre a renovação de acordos e concessões de pontes binacionais, principalmente a Ponte Internacional da Integração, sobre o rio Uruguai, ligando a BR-285 no trecho de São Borja, no Rio Grande do Sul, à Ruta Nacional 121, em Santo Tomé, na província argentina de Corrientes.
Outro tema importante tratado na visita da chanceler é a possível vendas de carros de combate blindados (popularmente chamados de “tanque de guerra”) para o governo argentino, particularmente o blindado Guarani, fabricado no Brasil pela multinacional italiana Iveco.
Durante o encontro com vice-presidente Geraldo Alckmin, que acumula o cargo de ministro do desenvolvimento, Mondino fez questão de reiterar o interesse em manter o diálogo e o multilateralismo através do Mercosul, enfatizando a estabilidade das relações regionais; uma maneira de colocar panos quentes nas falas mais duras de Milei sobre a Argentina se retirar do bloco econômico.
Apesar das diferenças ideológicas entre Lula e Milei, a visita não foi afetada por questões políticas nacionais, principalmente sobre as posições contrastantes de ambos em relação ao conflito do Oriente Médio. Enquanto Lula adota uma postura anti-semita com discursos de ódio contra o estado judeu, alinhando-se a ditaduras do calibre de Cuba e Coreia do Norte, Milei demonstra apoio a Israel, única democracia da região, e sustenta posicionamentos alinhados com as nações liberais e civilizadas.
Outro elefante branco na sala durante as reuniões da chanceler foi a questão do embate entre Elon Musk e Alexandre de Moraes. Milei apoiou abertamente as ações do empresário e declarou apoio a Musk quando se levantou a possibilidade de prisão de funcionários da rede social X no Brasil, oferecendo asilo na Argentina aos funcionários perseguidos pelo judiciário brasileiro.
Mondino soube contornar bem esses problemas e foi objetiva na busca por uma relação pragmática e independente entre Argentina e Brasil, priorizando interesses mútuos e evitando interferências em questões políticas internas de ambos os países.
Obviamente, as relações entre Argentina e Brasil não estão imunes às dinâmicas das políticas internas de cada país, afinal, as diferenças ideológicas entre Lula e Milei são como água e vinho, e o alinhamento do velho petista com países financiadores do terrorismo internacional e narcoestados, como Irã, Venezuela e Guatemala, podem entornar o caldo das negociações bilaterais, especialmente em questões sensíveis como é o caso da política externa e dos direitos humanos.
Milei, que foi taxado pela grande mídia e pela esquerda internacional como um desequilibrado e radical, a cada nova tratativa internacional dá provas de ser o líder latino-americano mais equilibrado, objetivo e responsável nas relações externas e na condução da economia de seu país.

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