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Relatório da Defesa Civil do RS destaca 78 mortes e 710 mil pessoas afetadas pelos temporais

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil emitiu uma portaria reconhecendo o estado de calamidade pública em 336 municípios do estado.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu um relatório neste domingo (05) destacando os danos causados pelas fortes chuvas no estado. Os temporais impactaram significativamente a população, com aproximadamente 710.022 pessoas afetadas. Até o momento, 15.192 foram encaminhadas para abrigos, 80.573 estão desalojadas, 155 feridas, 100 desaparecidas e 78 mortes confirmadas. Dos 497 municípios do estado, cerca de 340 enfrentaram adversidades devido às chuvas. Outros quatro óbitos já confirmados estão sendo investigados para determinar se têm relação com os temporais.
O governo do RS delineou as principais dificuldades na captação de recursos e na implantação do “Plano Marshall” para a reconstrução do estado. De acordo com o relatório, o estado enfrentará desafios relacionados à negociação da dívida de R$ 3,5 bilhões com a União, tal como ao limite de despesas, ao cumprimento do teto de gastos, à burocracia envolvida na contratação de serviços e à escassez de técnicos e pessoal. Diante deste cenário, o relatório apresentou três métodos de intervenção com o objetivo de recuperar os municípios afetados:
Assistência
  • Abrigos, casas de passagem e aluguel social (alimentação e condições sanitárias);
  • Benefícios extraordinário para população em situação de pobreza e extrema pobreza (Volta por Cima);
  • Confinamento da Assistência Social dos municípios (Atenção Básica, Média e Alta Complexidade e Benefícios Eventuais) e outros benefícios (ex.: Fomento Rural); e
  • Custeio em saúde (atendimento psicossocial, medicamentos, oxigênio, atenção primária, vigilância, etc).
Restabelecimento
  • Desobstrução de vias e construção de acessos alternativos;
  • Restabelecimento de serviços essenciais (água, energia e comunicação);
  • Limpeza de casas e estabelecimentos;
  • Remoção de escombros e destinação de resíduos sólidos urbanos (entulhos) e animais; e
  • Desmontagens de edificações e estruturas comprometidas.
Reconstrução
  • Reconstrução e recuperação de rodovias, estradas e pontes;
  • Reconstrução total ou parcial de edifícios e equipamentos públicos afetados (escolas, saúde, assistência social, casas prisionais, etc);
  • Reforma e construção de unidades habitacionais;
  • Reurbanização dos locais atingidos e novos loteamentos (iluminação, saneamento, pavimentação);
  • Apoio aos negócios e à produção local (linhas de crédito, crédito subsidiado, prorrogação de licenças, prorrogação do pagamento de tributos, medidas de emprego e renda);
  • Apoio à reconstrução e restabelecimento das unidades de produção agropecuária (recuperação do solo, crédito subsidiado para insumos, sementes, etc.); e
  • Medidas ambientais para recuperação de ecossistemas degradados.
Ainda ontem, durante um pronunciamento em Porto Alegre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “não haverá impedimento da burocracia” para a recuperação do estado. O petista informou que o governo federal irá restaurar as rodovias danificadas pelos temporais. “Eu sei que o estado do Rio Grande do Sul tem uma situação financeira difícil. E eu sei que têm muitas estradas estaduais que estão com problema. Não fiquei preocupado, porque o governo federal, através do Ministério dos Transportes, vai ajudar você a recuperar as estradas estaduais”, disse.
Lula também cobrou um plano de prevenção de catástrofes da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. “É impossível discutir a questão do clima sem trazer a Marina, que está compromissada a me apresentar um plano de prevenção de acidentes climáticos. É preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça. É preciso que a gente veja com antecedência o que pode acontecer de desgraça”, destacou.
Segundo os meteorologistas, as chuvas resultam de pelo menos três fenômenos agravados por mudanças climáticas: uma instabilidade causada por uma corrente intensa de vento; um corredor de umidade advindo da Amazônia; e um bloqueio atmosférico, impacto da onda de calor, causando uma concentração de chuva nas extremidades do país. De acordo com Marcelo Seluchi, coordenador da equipe de observação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a expectativa, infelizmente, é a “tendência piorar”.
“Nós estamos vendo um acumulado já enorme e que vai se somar porque a chuva não vai parar até o fim de semana. É o maior acumulado com essa dimensão, que cobre um estado inteiro. Os impactos são grandes e a tendência é piorar”, explicou.
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil emitiu uma portaria reconhecendo o estado de calamidade pública em 336 municípios do estado. Esta medida, instaurada em resposta aos efeitos das chuvas, visa acelerar a assistência necessária.

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