O mercado de direitos esportivos no Brasil está prestes a sofrer uma transformação significativa. O domínio da Globo nas transmissões de futebol, que começou a ser questionado durante a pandemia em 2020, pode estar com os dias contados.
A partir de 2025, os direitos do Campeonato Brasileiro serão negociados por duas entidades distintas: a Libra (Liga do Futebol Brasileiro) e a Liga Forte União. A primeira conta com clubes como Flamengo, São Paulo e Palmeiras, enquanto a segunda reúne equipes como Corinthians, Vasco, Fluminense, Cruzeiro e o Fortaleza, atual líder do Brasileirão 2024.
Especialistas do setor já especulam que a Globo deve garantir os direitos dos jogos em que os times da Libra são mandantes, enquanto a Record e a CazéTV/YouTube podem ficar com as partidas da Liga Forte União. Por exemplo, se Corinthians e Flamengo jogarem no Rio de Janeiro, a transmissão seria da Globo ou dos seus canais Sportv e Premiere. No entanto, se o jogo ocorrer em São Paulo, a transmissão poderia ficar a cargo da Record ou CazéTV.
Apesar do desejo da Globo de manter os direitos do Brasileirão para todas as suas plataformas, como acontece atualmente, a LiveMode, empresa que representa a Liga Forte União, busca fragmentar esses direitos, distribuindo-os entre TV aberta e streaming, ao invés de um pacote único. Essa abordagem pode favorecer a CazéTV, que, por sinal, é uma propriedade da LiveMode.
Caso esse cenário se confirme em setembro, quando as negociações devem ser concluídas, será a primeira vez desde 2006 que a Globo dividirá os direitos do Brasileirão com outra emissora — naquele ano, a Record ainda recebia parte dos direitos de transmissão. Durante a pandemia, a Globo já havia aberto mão de alguns campeonatos estaduais, como o Paulistão, que foram assumidos pela Record e pela CazéTV. A perda dos direitos da Sul-Americana para o SBT também tem gerado preocupações para a emissora carioca, conforme discutiremos adiante.
Além das mudanças no cenário esportivo, a Globo está de olho nas possibilidades futuras proporcionadas pela TV 3.0, uma nova tecnologia de TV digital prevista para o final de 2025. Com ela, será possível transmitir blocos de telejornais e debates eleitorais para cidades específicas da Grande São Paulo, como Guarulhos, Osasco e as do ABC, permitindo uma segmentação de conteúdo sem precedentes na TV aberta.
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