Déficit da estatal aumentou 84% e atingiu R$ 1,3 bilhão no 1º semestre de 2024.
Após cinco anos consecutivos de lucros, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) entrou em seu terceiro ano seguido com prejuízos. Um novo relatório da estatal revela que, no primeiro trimestre de 2024, a empresa acumulou um déficit de R$ 802 milhões.
Esse resultado negativo de janeiro a março supera tanto o prejuízo de R$ 597 milhões registrado ao longo de 2023 quanto o de R$ 767 milhões ao longo de 2022. A expectativa inicial da companhia era alcançar um lucro de R$ 150 milhões em 2024.
Em resposta à imprensa, os Correios atribuíram parte das perdas à necessidade de reestruturar sua “força de trabalho e condições de operação”, que, segundo a estatal, teriam sido “deterioradas” durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Os Correios mantiveram-se lucrativos até 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), quando registraram um prejuízo de R$ 213 milhões pela primeira vez desde o início dos anos 2000. Em 2014, as perdas foram um pouco superiores a R$ 20 milhões.
A situação se agravou nos anos seguintes, com déficits que totalizaram R$ 3,5 bilhões em 2015 e 2016, impulsionados por desafios de gestão, altos custos com pessoal, congelamento de tarifas e mudanças nas regras contábeis relacionadas às obrigações com benefícios pós-emprego, como planos de previdência.
Entretanto, de 2017 a 2021, os Correios voltaram a registrar lucros, com destaque para as gestões de Michel Temer (MDB) e Bolsonaro.
Nesse período, os ganhos somaram quase R$ 4 bilhões, com o melhor resultado em 2021, quando o lucro alcançou R$ 2,3 bilhões. Naquela época, a estatal tinha 115 mil funcionários, número que atualmente foi reduzido para cerca de 88 mil. Apesar da redução, a empresa continua sendo uma das maiores empregadoras do país.
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