O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se notabiliza por muitas coisas, mas uma delas chama especial atenção: o inchaço da máquina pública. Com 39 ministérios, a atual gestão federal é uma das maiores da história do Brasil, superando inclusive governos anteriores do próprio PT. O argumento para tal configuração é a necessidade de ampliar a representatividade e atender diferentes setores da sociedade. No entanto, a realidade tem mostrado que, apesar do tamanho, o Estado brasileiro tem falhado em sua função mais básica: proteger e servir sua população em momentos de crise.
O recente episódio das enchentes no Rio Grande do Sul expôs de forma trágica essa ineficácia. Enquanto o estado sofria com a maior tragédia natural de sua história, com dezenas de mortos e milhares de desabrigados, o socorro federal demorava a chegar. Onde estava o poder público? Onde estava a estrutura estatal gigantesca, com seus ministérios e cargos de confiança, em um momento tão crítico? A resposta é tão simples quanto dolorosa: o Estado inchado parece só ser útil para quem está no poder.
Um Estado que não serve a quem precisa
A justificativa para a criação de tantos ministérios é, frequentemente, a de que isso permitirá uma gestão mais eficiente, capaz de atender a demandas específicas de diferentes setores. Contudo, na prática, o que temos visto é um Estado paralisado, que não consegue responder às necessidades urgentes da população. A tragédia no Rio Grande do Sul escancarou essa deficiência. Mesmo com toda a estrutura, com ministérios específicos para diferentes áreas, a população ficou desassistida no momento em que mais precisava.
Não se trata apenas de uma questão de falta de recursos ou planejamento, mas de uma falta de prioridade. A criação de tantos ministérios e cargos políticos serve, principalmente, para acomodar aliados e garantir apoio político no Congresso. Enquanto isso, o povo, que deveria ser o foco da ação governamental, fica à mercê de um Estado que não consegue mobilizar sua estrutura gigantesca para oferecer um mínimo de proteção.
A incapacidade de combater as queimadas
O cenário se repete com as queimadas que assolam o país. Todos os anos, o Brasil enfrenta incêndios devastadores, especialmente na Amazônia e no Pantanal, e o governo federal parece incapaz de agir de forma coordenada e eficaz para combater o problema. E isso não é por falta de ministérios. Temos o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério do Desenvolvimento Regional, o Ministério da Defesa e tantas outras pastas que, em tese, poderiam atuar para mitigar os danos e evitar catástrofes maiores. No entanto, a resposta é sempre a mesma: lentidão, falta de estrutura e, muitas vezes, o discurso vazio de que a culpa é de administrações passadas ou de fatores externos.
Enquanto as queimadas avançam e destroem a fauna, a flora e a qualidade do ar, o governo parece mais preocupado em manter sua base aliada satisfeita do que em lidar com os desafios ambientais e as crises humanitárias. Em vez de unir esforços e criar soluções rápidas e eficientes, a máquina pública se mostra ineficaz, travada em seus próprios interesses políticos.
Quem se beneficia do Estado inchado?
A verdade é que esse Estado inchado não beneficia a população, mas sim a própria classe política. Cada ministério criado significa mais cargos, mais verbas e mais poder distribuído entre aliados. É uma forma de manter um sistema de troca de favores, de garantir apoio no Congresso, de silenciar críticas e, muitas vezes, de manter uma base de sustentação que serve mais ao governo do que ao povo. Quem está no poder, cercado por 39 ministérios e uma máquina pública gigantesca, dificilmente sente o impacto da ineficiência estatal. Já a população, essa sofre diretamente.
Um caminho para a eficiência
O problema não é apenas o número de ministérios, mas a gestão e o foco dessas estruturas. Em vez de expandir o Estado indiscriminadamente, é preciso reduzir e otimizar. O Estado deve ser eficiente, enxuto e funcional, capaz de responder rapidamente às necessidades da população, especialmente em momentos de crise. Não adianta ter 39 ministérios se, na prática, eles não conseguem cumprir suas funções essenciais.
A tragédia no Rio Grande do Sul e a incapacidade de combater as queimadas são exemplos claros de que o tamanho do Estado não é sinônimo de eficiência. O Estado só será útil se servir ao povo, e não aos interesses de quem está no poder. É urgente repensar esse modelo, antes que novas crises exponham, mais uma vez, a fragilidade de um sistema que só funciona para alguns.
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