Abril chega e, com ele, o já conhecido “Abril Vermelho”, promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A cada ano, esse período se repete com o mesmo roteiro: ocupações coordenadas, propriedades invadidas e produtores expulsos de suas terras sob a justificativa da reforma agrária.
O que deveria ser uma política pública séria e responsável virou instrumento político. O MST se aproveita da conivência estatal para legitimar ações que colocam em xeque o direito à propriedade privada — garantido pela Constituição. Em vez de ordem e diálogo, o que se vê são ocupações forçadas e tensões crescentes no campo.
Somente entre os dias 14 e 17 de março de 2025, antes mesmo do “Abril Vermelho” começar oficialmente, mais de 70 invasões e protestos foram registrados em várias partes do país. Produtores rurais, que alimentam o Brasil e movimentam a economia, são vítimas da insegurança jurídica e do abandono governamental.
Não é a primeira vez que isso ocorre. Em abril de 2023, o MST invadiu a unidade da Embrapa Semiárido, causando prejuízos em uma área destinada à pesquisa científica e à preservação ambiental. Nada aconteceu com os responsáveis. Pelo contrário, discursos oficiais seguem tratando o movimento como parceiro e não como agente de desordem.
A retórica se repete. O próprio presidente da República, em março de 2025, declarou abertamente: “Todo mundo sabe que eu tenho um lado”. Essa afirmação, feita diante de integrantes do MST, explicita a escolha por um lado que despreza o produtor legal e privilegia quem age à margem da lei.
O problema se agrava com medidas como o Decreto nº 11.637/2023, que prioriza a regularização de famílias acampadas, mesmo que envolvidas em invasões. A consequência? Estímulo a novas ocupações e descrédito àqueles que aguardam de forma legítima uma solução.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vem alertando para a escalada dessas ações. Em 2025, já são cinco invasões promovidas pelo MST só nos primeiros meses do ano. Em 2024, foram 28 em vários estados. A preocupação é clara: como garantir que o campo continue produzindo diante de tantas ameaças?
O MST não busca áreas degradadas, improdutivas ou distantes. Busca terras férteis, prontas para uso, construídas com décadas de sacrifício por produtores que desbravaram o cerrado, enfrentaram doenças, lidaram com falta de estrutura e fizeram do Brasil um líder global no agronegócio.
O agro não quer conflito. Quer produzir, alimentar, investir. Mas precisa de segurança para isso. O Estado não pode seguir de olhos fechados enquanto o campo vira alvo. A justiça precisa ser feita. A propriedade precisa ser respeitada.
Se há um lado nessa história, que seja o lado do trabalho, da legalidade e da produção.
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