Universidade altera nome do setor de Diversidade, Equidade e Inclusão após governo congelar US$ 2,2 bilhões em verbas federais
Cambridge, 29 de junho – A Universidade Harvard anunciou a mudança do nome de seu departamento de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) para "Comunidade e Vida no Campus", em meio a tensões com o governo do presidente Donald Trump, que recentemente congelou US 2,2 bilhões (R 12,36 bilhões) em financiamento federal à instituição.
A decisão foi comunicada em um e-mail enviado na segunda-feira (28) a estudantes e funcionários pela diretora do escritório de DEI, Sherri Ann Charleston. No documento, ela citou o presidente da universidade, Alan Garber, afirmando que a instituição deve "promover uma comunidade que abrace as diferenças", respeitando ao mesmo tempo uma lei que proíbe decisões baseadas em raça.
Sherri destacou a importância de unir pessoas de "diferentes origens, experiências e perspectivas", focando nas contribuições individuais e não em grupos demográficos. A mudança ocorre semanas após o governo Trump bloquear verbas federais a Harvard, acusando-a de manter programas de diversidade considerados "discriminatórios" e de não monitorar adequadamente a orientação ideológica de alunos estrangeiros.
Corte de financiamento e ações judiciais
No início de junho, a administração Trump suspendeu repasses a Harvard após a universidade se recusar a encerrar iniciativas de ação afirmativa. O caso será levado a tribunal, com a primeira audiência marcada para 21 de julho em Boston.
Além da renomeação do departamento, Harvard anunciou que deixará de financiar eventos culturais de grupos étnicos antes das formaturas, conforme revelou o The Harvard Crimson. A medida veio após o Departamento de Educação ameaçar novos cortes caso essas atividades continuassem.
A universidade está entre as instituições afetadas por relatórios da Força-Tarefa Federal de Combate ao Antissemitismo, criada por Trump, que critica políticas de inclusão e a falta de "diversidade de ideias" no ambiente acadêmico.
Enquanto Harvard se adapta às exigências federais, a decisão reacende o debate sobre a autonomia das universidades e o impacto de medidas governamentais na promoção da equidade.
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