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Apostas ilegais movimentam R$ 350 milhões em dois meses no Brasil: o submundo dos “cambistas de bets”

O Brasil se tornou o epicentro mundial dos jogos de azar online, respondendo por 15% de todo o tráfego global em sites de apostas em 2024. Com a popularização das “bets”, o país também figura como o sétimo maior mercado em receita. Mas por trás dos números impressionantes, um outro fenômeno chama atenção: o mercado clandestino de apostas, que movimentou cerca de R$ 350 milhões só nos dois primeiros meses de 2025, segundo o site Aposta Legal.

O que são os “cambistas de bets”?
No universo das apostas ilegais, o termo “cambista” ganhou novo significado. Se antes era associado à revenda de ingressos, hoje define quem promove casas de apostas não regulamentadas na internet. Com forte presença nas redes sociais, esses cambistas oferecem vantagens enganosas, como bônus exorbitantes e pagamentos milagrosos — tudo fora das regras impostas pela legislação brasileira.
Pior: muitas dessas casas usam logotipos e nomes semelhantes aos de empresas legais, confundindo os usuários. E o impacto disso já chegou ao Congresso: uma CPI das Apostas está investigando o setor, e celebridades como Virgínia Fonseca e Rico Melquiades foram chamadas a depor por envolvimento publicitário com marcas duvidosas.

Apostas ilegais e menores de idade
Um dado alarmante vem da pesquisa do Ministério da Justiça de São Paulo: 10,5% dos adolescentes entrevistados já apostaram nos últimos 12 meses. Entre os jovens de 14 a 17 anos, 55,2% demonstram comportamento de risco para o vício em jogos de azar. Isso ocorre porque muitas das casas clandestinas não exigem verificação de idade, abrindo espaço para um público vulnerável e fora da lei.

Golpes e fraudes: o outro risco invisível
Além do vício precoce, o mercado clandestino de apostas abriga verdadeiras fábricas de golpes. São comuns os relatos de apostadores que nunca recebem seus prêmios ou que precisam fazer depósitos adicionais para "liberar" ganhos — um processo que termina em prejuízo e frustração.
Levantamento da empresa Idwall, em parceria com a Opinion Box, revela que 18% dos apostadores já foram vítimas de fraude em plataformas de apostas no Brasil.

Governo reage, mas reconhece limitações
O Ministério da Fazenda afirma que 177 processos já foram abertos contra plataformas e perfis ilegais e que mais de 11 mil casas clandestinas foram removidas do ar. Ainda assim, o subsecretário de Monitoramento e Fiscalização, Fábio Macorin, reconhece:

“As regras são feitas para proteger os consumidores, mas há casos em que os impedimentos podem reforçar o mercado ilegal”.

A questão que fica é: como proteger os apostadores sem fomentar o submundo?

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