Em meio a um dos maiores prejuízos de sua história, os Correios anunciaram um pacote drástico de contenção de despesas. Com perdas acumuladas de R$ 2,6 bilhões em 2024, a estatal decidiu suspender férias, encerrar o trabalho remoto e promover cortes em diversas frentes administrativas. As medidas visam evitar um colapso financeiro, após um desempenho quatro vezes pior do que o de 2023, quando o déficit foi de R$ 597 milhões.
Entre as ações anunciadas, estão:
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Suspensão das férias a partir de 1º de junho de 2025, para o período aquisitivo do ano atual, com retomada apenas em 2026.
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Fim do trabalho remoto e retorno presencial obrigatório em 23 de junho, exceto para quem possui amparo judicial.
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Redução de jornada nas áreas administrativas para 6 horas diárias e 34 horas semanais, com corte proporcional de salário.
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Prorrogação do Plano de Desligamento Voluntário (PDV) até 18 de maio de 2025.
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Transferência de funcionários para centros de tratamento com adicionais salariais.
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Reestruturação da sede e corte de no mínimo 20% nos custos com cargos de chefia.
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Revisão do plano de saúde, com meta de economia de 30%.
Em nota interna, a direção da empresa classificou a situação como um “desafio importante” e destacou que todos os empregados são “peças-chave na superação” desse cenário adverso. O objetivo agora, segundo a presidência da estatal, é ampliar receitas, desenvolver novos negócios e melhorar a eficiência operacional.
Os números revelam um cenário preocupante: 85% das 10,6 mil unidades de atendimento dos Correios operam com prejuízo, enquanto apenas 15% geram superávit. Ainda assim, a empresa reforça sua presença em todos os 5.567 municípios brasileiros, garantindo o acesso universal aos serviços postais.
Mesmo diante das perdas, os Correios dizem ter mantido um ritmo elevado de investimentos. Foram R$ 830 milhões investidos em 2024, totalizando R$ 1,6 bilhão desde a mudança de gestão. Os recursos foram direcionados à renovação da frota e à manutenção da infraestrutura operacional, com foco na eficiência logística.
A estatal também reiterou o compromisso com a sustentabilidade e a continuidade de projetos de impacto social e ambiental. No entanto, o rombo financeiro de 2024 reacende o debate sobre a necessidade de reestruturação profunda ou privatização parcial da empresa, tema que segue sensível no Congresso Nacional.
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