Durante uma audiência no Senado Federal, o jornalista Glenn Greenwald fez sérias acusações ao ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele teria usado a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para realizar ações que, segundo Greenwald, não se enquadram nas atribuições da Corte.
Segundo o jornalista, o TSE foi mobilizado para investigações que não estavam ligadas a processos eleitorais, mas a temas de natureza pessoal e política. Ele mencionou ainda que o alvo dessas ações seriam cidadãos críticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente participantes de manifestações contra a Corte.
“O ministro Alexandre de Moraes utilizou o TSE para algo que vai além de seu propósito constitucional. Houve investigações contra pessoas que protestavam contra o STF, sem qualquer relação com eleições”, afirmou Greenwald durante sua fala.
Greenwald é o autor de uma série de reportagens, publicadas pela Folha de S.Paulo, que revelam diálogos envolvendo assessores de Moraes. De acordo com o jornalista, os áudios mostram que os funcionários demonstravam preocupação com a legalidade do que estava sendo feito, e que reconheciam os riscos caso o conteúdo viesse a público.
“Nos bastidores, os próprios assessores manifestavam receio. Comentavam que aquilo não parecia certo, e que a divulgação dos fatos poderia ser prejudicial”, destacou.
O jornalista também relatou que, antes mesmo da publicação das matérias, ouviu diversas críticas ao comportamento de Moraes por parte de juristas e autoridades. No entanto, segundo ele, essas opiniões eram compartilhadas apenas em conversas privadas, pois muitos temiam se manifestar publicamente.
“Conversei com pessoas altamente respeitadas no meio jurídico. Em particular, elas expressavam preocupação com os abusos, mas quando eu perguntava se poderiam falar isso diante das câmeras, recusavam com medo das consequências”, completou.
A participação de Greenwald reacendeu o debate sobre os limites institucionais dos tribunais superiores e a necessidade de transparência em suas ações. O episódio envolvendo os áudios de assessores reforça as pressões por fiscalização sobre o uso da estrutura do Judiciário, especialmente quando há suspeita de desvios de finalidade.
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