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Governo responsabiliza Bolsonaro por fraude no INSS, mas recusa apoio à CPI

 
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizam a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo escândalo bilionário de descontos irregulares em benefícios do INSS. Para a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi a administração anterior que permitiu a entrada de grupos criminosos no sistema previdenciário.
Em declaração nesta quarta-feira (28), Gleisi afirmou que “foi Bolsonaro quem abriu as portas do INSS para ladrões”, sustentando que apenas no atual governo as investigações avançaram e o bloqueio das cobranças indevidas foi efetivamente implementado.
A posição do governo faz parte de uma estratégia política que busca vincular a origem das irregularidades à gestão passada. Embora reconheçam que o esquema tenha se expandido recentemente, integrantes do governo Lula insistem que suas raízes estão nas práticas administrativas adotadas durante o mandato de Bolsonaro.
Apesar das críticas contundentes à administração anterior, Gleisi e outros líderes governistas rejeitam a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o caso no Congresso. O argumento principal é que uma investigação parlamentar poderia prejudicar os trabalhos já em andamento pela Polícia Federal.
“Uma CPMI, nesse contexto de disputa política, pode atrapalhar as investigações conduzidas pela polícia, que precisam ocorrer de forma técnica e resguardadas de interferências e vazamentos”, defendeu a ministra.
A resistência do governo em apoiar a CPI tem gerado críticas por parte da oposição e de entidades que atuam na defesa dos aposentados, que cobram maior transparência e responsabilização. Para esses grupos, a instalação de uma CPMI seria essencial para esclarecer os responsáveis e identificar eventuais falhas estruturais que permitiram as fraudes.
O debate sobre a abertura da comissão parlamentar ganhou força após a revelação de que os descontos irregulares continuaram a ser aplicados mesmo após os primeiros alertas sobre as ilegalidades.
O impasse evidencia a divisão sobre como o escândalo deve ser enfrentado: de um lado, o governo defende a prioridade das investigações policiais e tenta atribuir a responsabilidade à administração anterior; de outro, a oposição e representantes da sociedade civil cobram uma apuração mais ampla e com participação direta do Congresso Nacional.

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