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O VÍRUS VOLTOU! Febre Amarela avança no Brasil e ameaça grandes cidades

A febre amarela, uma doença infecciosa grave e potencialmente letal, voltou a acender um forte sinal de alerta nas Américas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e sua regional, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), emitiram comunicados recentes manifestando alta preocupação com o risco à saúde pública no continente. O motivo é o aumento expressivo e alarmante no número de casos humanos confirmados e mortes pela doença nos primeiros cinco meses de 2025, superando significativamente os registros de todo o ano anterior.
Neste cenário preocupante, o Brasil desponta como o país mais afetado, concentrando a maior parte das notificações e óbitos, o que exige uma análise aprofundada da situação epidemiológica, dos fatores de risco e das medidas urgentes de prevenção e controle, com destaque para a vacinação.

Números que Alarmam: A Escalada da Febre Amarela em 2025
Os dados apresentados pela Opas em sua avaliação de risco, de 27 de maio de 2025, revelam um quadro sombrio:
  • 221 casos humanos confirmados, resultando em 89 mortes nas Américas apenas nos primeiros cinco meses deste ano.
  • Esse número representa um aumento de mais de oito vezes em relação ao mesmo período de 2024, e já supera amplamente o total de 61 casos e 30 óbitos de todo o ano passado.
O Brasil lidera essa triste estatística, com 110 casos confirmados e 44 mortes. Outros países endêmicos também enfrentam uma reativação da transmissão:
  • Colômbia: 64 casos e 26 mortes
  • Peru: 38 casos e 13 mortes
  • Bolívia: 3 casos e 1 morte
  • Equador: 6 casos e 5 mortes
A Opas atribui essa escalada abrupta à reativação periódica dos ciclos de transmissão silvestre, com casos preocupantes de transmissão entre pessoas, elevando o nível de alerta sanitário.

Expansão Geográfica e Risco Urbano: A Doença Fora da Amazônia
Outro fator crítico é a detecção de casos de febre amarela fora das áreas tradicionalmente endêmicas, como a vasta Bacia Amazônica.
No Brasil, o surgimento de casos no estado de São Paulo preocupa as autoridades, assim como na Colômbia, no departamento de Tolima.
Esses episódios remetem ao grande surto ocorrido entre 2016 e 2018, quando o vírus se aproximou perigosamente de grandes centros urbanos.
A presença do vírus em regiões densamente povoadas aumenta exponencialmente o risco de surtos urbanos, especialmente pela possibilidade de transmissão pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor de outras doenças como dengue, zika e chikungunya.

O Elo Frágil da Prevenção: A Queda na Cobertura Vacinal
A maioria dos casos registrados em 2024 e 2025 ocorreu entre pessoas não vacinadas. A vacina contra a febre amarela é considerada a medida mais eficaz para prevenir a doença e controlar surtos, mas a cobertura vacinal nas Américas enfrenta desafios significativos:
  • Antes da pandemia de Covid-19, a cobertura vacinal em crianças variava de 57% a 100% nos países endêmicos, mas 10 dos 12 países prioritários não atingiam a meta mínima de 95% recomendada pela OMS.
  • A pandemia agravou ainda mais esse quadro, resultando em uma queda nas taxas de imunização entre 2020 e 2023, deixando um número expressivo de pessoas vulneráveis.
Além disso, a produção e distribuição da vacina enfrentam limitações globais, com estoques insuficientes para atender simultaneamente às demandas das Américas e da África, onde a febre amarela também é endêmica.

Entendendo a Ameaça: O que é a Febre Amarela?
A febre amarela é uma doença viral aguda e hemorrágica, causada por um arbovírus do gênero Flavivirus. É endêmica em regiões tropicais da África e das Américas, com dois principais ciclos de transmissão:
  • Silvestre: envolvendo primatas não humanos como hospedeiros e mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes como vetores.
  • Urbana: potencialmente transmitida pelo Aedes aegypti.
Após a picada de um mosquito infectado, o período de incubação varia de 3 a 6 dias, seguido de sintomas como:
  • Febre súbita
  • Calafrios
  • Dores de cabeça e musculares intensas
  • Perda de apetite
  • Náuseas e vômitos
Na maioria dos casos, os sintomas regredem. Entretanto, cerca de 15% dos infectados evoluem para a forma grave, com:
  • Icterícia (pele e olhos amarelados)
  • Hemorragias (gengivas, nariz, estômago e intestinos)
  • Falência múltipla de órgãos, especialmente fígado e rins
Essa forma grave possui alta taxa de letalidade.

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