Produtores rurais do Rio Grande do Sul mantiveram os bloqueios e manifestações nas estradas do estado nesta sexta-feira (30), mesmo após a publicação, ontem, da resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que autoriza renegociação de operações de crédito rural para os afetados por secas e enchentes nas últimas safras.
Segundo relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF), atualizado às 10h30, havia interdições parciais e totais em pelo menos dez trechos de rodovias federais no estado. Entre os pontos mais críticos estavam a BR-158, em Cruz Alta; a BR-285, em Entre-Ijuís; e a BR-293, em Hulha Negra, todas totalmente bloqueadas. Já rodovias como a BR-290 — em Vila Nova do Sul, São Gabriel, Rosário do Sul e Alegrete — e a BR-392 — em Canguçu e São Sepé — apresentavam bloqueios parciais, com liberação intermitente do tráfego.
A medida do CMN contempla renegociações no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e de outros contratos, permitindo prorrogação de até 36 meses para 100% do saldo das operações de custeio. No entanto, o limite é de 8% do saldo das parcelas de operações com equalização de encargos financeiros pelo Tesouro Nacional previstas para vencer este ano.
Para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), as medidas são positivas, mas insuficientes. “A possibilidade de prorrogar em até três anos o custeio do Pronaf e do Pronamp é importantíssima. Isso dá o fôlego necessário para o agricultor familiar seguir honrando seus compromissos e evitando o bloqueio do CPF. Mas a luta continua. Precisamos de soluções mais amplas e definitivas”, afirmou o presidente Carlos Joel da Silva, em nota.
Já o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) criticou duramente o alcance da resolução. “A tão esperada resolução do CMN foi publicada. Mas, em vez de alívio, trouxe frustração. Longe de oferecer.
Jornal do Agro Online
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