Regulação das Redes e Críticas Globais Agitam Discurso Explosivo na França!
Em um discurso marcado por críticas contundentes e apelos por mudanças estruturais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante um encontro com a comunidade brasileira em Paris nesta quinta-feira (5). O evento também homenageou a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo, e contou com a presença de personalidades como Lélia Salgado, viúva do fotógrafo Sebastião Salgado, e Ana Lúcia Paiva, filha de Eunice e Rubens Paiva — protagonistas do filme vencedor do Oscar “Ainda Estou Aqui”.
Críticas à pandemia e responsabilização de Bolsonaro
Durante sua fala de 42 minutos, Lula responsabilizou diretamente Jair Bolsonaro pelas mais de 700 mil mortes causadas pela Covid-19 no Brasil. Em tom duro, afirmou:
“Haverá um dia em que ele será julgado como criminoso, por não respeitar a ciência e permitir que no Brasil morressem mais de 700 mil pessoas de Covid, quando ele orientava as pessoas a tomar remédio que cientificamente não servia para combater a doença, e fazia discurso para que as pessoas não tomassem vacina, dizendo que a vacina fazia virar gay, virar mulher, virar jacaré.”
O presidente relembrou a postura negacionista do ex-mandatário durante a crise sanitária e reforçou que a omissão e o incentivo à desinformação devem ser responsabilizados judicialmente.
Defesa da regulação das redes sociais
Lula aproveitou o momento para voltar a defender a regulação das redes digitais no Brasil. Segundo ele, a desinformação nas plataformas digitais é uma ameaça real à democracia e precisa ser enfrentada com urgência:
“Estamos precisando trabalhar a regulação das redes digitais. É preciso que o Parlamento tenha coragem. Se o Parlamento não tiver, que tenha a Suprema Corte de fazer uma regulação. Essa é a briga que temos pela frente agora.”
A declaração ocorre em meio a um cenário de disputa política sobre a liberdade de expressão nas redes e o papel do STF na condução de medidas de regulação digital.
Críticas ao governo Trump
O presidente brasileiro também aproveitou para tecer críticas ao presidente dos EUA, Donald Trump, destacando o caráter intervencionista e unilateral de suas ações no cenário internacional. Em tom irônico, Lula declarou:
“Ninguém disse para ele [Trump] que ele foi eleito para ser presidente dos Estados Unidos, que é um direito dele, de fazer o que ele quiser dentro do país dele. Agora, querer tomar a Groenlândia, querer tomar o Canal do Panamá, querer tomar o Canadá e ainda querer taxar todos os países como se ele fosse dono do comércio mundial, aí já é demais.”
As críticas refletem o incômodo do governo brasileiro com as recentes tensões diplomáticas e o posicionamento de Trump frente a temas globais, especialmente em relação ao comércio e à soberania de outros países.
Uma ofensiva internacional da esquerda
O discurso de Lula reforça o papel do Brasil como ator político internacional engajado na luta contra a ascensão da extrema-direita e no reposicionamento do país nos fóruns multilaterais. Com encontros previstos com países do Caribe e possíveis articulações com o Canadá, o presidente brasileiro sinaliza que pretende manter o tom combativo nas relações exteriores, especialmente com figuras que representam o conservadorismo internacional.
Com a proximidade das eleições de 2026, Lula aposta na retomada da narrativa progressista em nível global — e na responsabilização de seus opositores como estratégia central para o embate político que se desenha no horizonte.
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