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Lula libera R$ 1 bilhão em emendas para tentar aprovar mudança no IOF

Em mais um gesto de aceno ao Congresso, o governo Lula acelerou a liberação de recursos bilionários para parlamentares na tentativa de garantir apoio à proposta que muda a tributação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo levantamento do portal UOL, só nos dias 16 e 17 de junho, o Executivo distribuiu quase R$ 2 bilhões em recursos — sendo R$ 517 milhões em emendas parlamentares e R$ 1,1 bilhão em verbas extras do Ministério da Saúde.
A movimentação acontece em um momento crucial para o Palácio do Planalto, que busca evitar uma derrota no Congresso em relação ao decreto que elevou a alíquota do IOF. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem enfrentando resistência crescente entre deputados e senadores, e a liberação acelerada de verbas foi lida por analistas como uma tentativa de “comprar” apoio político.
A liberação de recursos rompeu uma sequência de meses em que o governo vinha restringindo a execução de emendas, mantendo o volume no menor patamar desde a pandemia da Covid-19. Mas diante da ameaça de rebelião na base aliada, o presidente Lula se reuniu no último sábado (14) com Hugo Motta (Republicanos-PB), novo presidente da Câmara, e Arthur Lira (PP-AL). Ambos cobraram pessoalmente a liberação dos recursos.
Entre os beneficiados, Alagoas, reduto eleitoral de Arthur Lira, liderou o ranking dos repasses com R$ 129 milhões, seguido de São Paulo, que recebeu R$ 85 milhões. O destaque maior foi para a capital Maceió, que sozinha recebeu a maior fatia do dinheiro público entre todas as cidades do país.
A liberação de parte da verba foi feita por meio de portarias do Ministério da Saúde, que distribuiu recursos sem transparência sobre a autoria das indicações — o que levou especialistas a classificarem a manobra como uma nova versão do chamado “orçamento secreto”. Sem a identificação do parlamentar que indicou a verba, torna-se impossível aferir os critérios de distribuição.
A estratégia, porém, escancara as dificuldades do governo em formar uma base sólida. Mesmo com promessas de campanha de mais transparência e responsabilidade fiscal, o Planalto recorre ao tradicional toma-lá-dá-cá para aprovar medidas de interesse — neste caso, o polêmico aumento do IOF.
Resta saber se a liberação bilionária será suficiente para convencer os parlamentares, ou se apenas aprofundará a desconfiança em relação à condução política e econômica do governo.

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