O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quinta-feira (17) que o Pix, sistema de pagamentos instantâneos amplamente utilizado no Brasil, seria uma criação de seu governo — e sugeriu que o sucesso da ferramenta pode estar por trás da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, intensificada após o anúncio de tarifas de 50% por parte do presidente norte-americano Donald Trump.
Durante discurso, Bolsonaro afirmou que o Pix gerou uma perda superior a R$ 20 bilhões para os bancos em função da redução do uso de TEDs e DOCs. Ele destacou que a medida, embora impactante, não trouxe aumento de impostos para a população.
“Antes do Pix, era só cartão. Com Pix, TED e DOC, os bancos perderam mais de R$ 20 bilhões. E eu não taxei ninguém”, afirmou o ex-presidente. “O Pix tem nome: Jair Bolsonaro”, completou.
Bolsonaro propõe audiência com Trump
Aproveitando o momento de tensão diplomática com os EUA, Bolsonaro afirmou estar disposto a negociar diretamente com Trump para tentar interromper a investigação comercial e suspender a tarifa imposta contra o Brasil. Segundo ele, uma reunião com o ex-presidente americano poderia resolver a questão.
“Acredito que teria sucesso em uma audiência com o presidente Trump. Estou à disposição. Se me derem um passaporte, eu negocio”, declarou, em tom irônico.
Atualmente, Bolsonaro está com o passaporte retido pela Justiça, no âmbito de investigações da Polícia Federal sobre suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
A crise Brasil-EUA
As declarações ocorrem em meio à escalada de tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos. Trump, em campanha para voltar à Casa Branca, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, acusando o governo Lula de adotar medidas prejudiciais a empresas norte-americanas, especialmente no setor de tecnologia.
Bolsonaro, que mantém boa relação com Trump desde seu governo, tenta agora se posicionar como ponte diplomática entre os dois países — mesmo fora do poder e em meio a restrições judiciais.
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