A relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos entrou em novo capítulo tenso após assessores ligados à gestão de Donald Trump indicarem que os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), e da Câmara, Hugo Motta, estão sob avaliação e podem ser alvos de sanções internacionais.
É a primeira vez que Washington considera punir diretamente líderes do Congresso Nacional. Até então, as ações norte-americanas haviam se concentrado em figuras do Judiciário, como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Alcolumbre e o impeachment travado
A crescente insatisfação com Davi Alcolumbre gira em torno de sua resistência em pautar pedidos de impeachment contra ministros do STF — com foco em Alexandre de Moraes, cujo visto para os EUA já foi suspenso. Mesmo com novos pedidos protocolados, como o da última terça-feira (22), o senador segue sem abrir espaço para votação. Nos bastidores, aliados afirmam que ele mantém essa posição como forma de preservar a estabilidade política do Senado.
Motta e a anistia congelada
Já Hugo Motta é criticado pela demora em colocar em pauta o projeto de lei que trata da anistia a investigados e condenados por envolvimento em atos golpistas. A proposta pode beneficiar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que elevou a tensão entre os poderes e atraiu a atenção de diplomatas americanos preocupados com o avanço de pautas que poderiam reabilitar politicamente figuras envolvidas no 8 de janeiro.
Pressão externa e desconfiança conservadora
Apesar de serem filiados a partidos de centro-direita, Alcolumbre e Motta mantêm forte articulação com o governo Lula. Essa postura de equilíbrio, que visa conter polarizações dentro do Congresso, tem gerado desconfiança entre setores conservadores dos EUA, especialmente diante do endurecimento das críticas contra o Judiciário brasileiro.
A movimentação indica que o clima entre os dois países pode esquentar ainda mais nos próximos meses, especialmente se a ala republicana dos EUA retomar o poder e endurecer o tom contra lideranças brasileiras vistas como obstáculos à "despolitização" do Judiciário e à liberdade de expressão.
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