Os bastidores de Brasília estão em ebulição. Após a onda de exonerações em cargos estratégicos — atingindo diretamente nomes ligados ao Centrão —, líderes do bloco preparam uma retaliação política sem precedentes contra o governo Lula. A ofensiva inclui ataques a pontos sensíveis do Palácio do Planalto, com uma “surpresa” que promete estremecer a relação entre Executivo e Legislativo.
A tensão começou quando o governo, sob orientação política da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, exonerou dezenas de indicados do Centrão em ministérios e autarquias. O movimento foi interpretado como uma tentativa de reafirmar o controle do Planalto sobre cargos estratégicos — e, segundo aliados do bloco, um “erro grave de cálculo político”.
O “pacote da vingança”
Nos corredores do Congresso, líderes do Centrão costuram uma reação coordenada, apelidada informalmente de “pacote da vingança”. O plano envolve:
- Derrubar o decreto que ampliou os poderes da primeira-dama, Janja da Silva, garantindo-lhe acesso irrestrito à estrutura pessoal da Presidência;
- Esvaziar a PEC da Segurança Pública, apresentada pelo Planalto para reorganizar o sistema nacional de segurança;
- Avançar na aprovação da anistia a Jair Bolsonaro, em linha com o desejo dos aliados do ex-presidente;
- Convocar Frei Chico, irmão de Lula, para depor na CPMI do INSS, um movimento que promete forte desgaste político.
Segundo parlamentares, a resposta será “dura e direta”, com votação coordenada para impor derrotas ao governo nas próximas semanas.
Janja no centro do furacão
O decreto que ampliou o poder de Janja se tornou um dos principais alvos da reação política. Parlamentares acusam o governo de “institucionalizar uma função sem previsão legal” e prometem trabalhar para revogar a medida no plenário. A ofensiva contra a primeira-dama simboliza, para muitos, um recado político claro a Lula: a base aliada não aceita ser atropelada.
Cenário de tensão pré-eleitoral
Com as eleições de 2026 no horizonte, a relação entre Lula e o Centrão se torna cada vez mais instável. O bloco, que historicamente garante governabilidade em troca de espaços estratégicos, sinaliza que não aceitará ser excluído das decisões centrais.
A crise acontece em um momento delicado, com temas sensíveis em pauta — da segurança pública à reforma tributária — e pode comprometer a capacidade de articulação política do Planalto nos próximos meses.

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