A gigante varejista Americanas confirmou o fechamento de 112 lojas em todo o Brasil entre janeiro e setembro deste ano, marcando um dos momentos mais dramáticos da empresa desde o período de recuperação judicial. O corte atinge 51 unidades convencionais e 61 do modelo express, reduzindo em 6,4% a área total de vendas.
O movimento é parte de uma estratégia agressiva de readequação operacional: a empresa está eliminando lojas consideradas economicamente inviáveis, redesenhando formatos e reduzindo custos para tentar estabilizar as contas após anos de prejuízos, endividamento e queda nas vendas digitais.
Terceiro trimestre crítico: lucro despenca 96,4%
Os resultados divulgados reforçam a gravidade do momento. Entre julho e setembro:
- O lucro líquido caiu 96,4%, chegando a R$ 367 milhões
- O GMV digital despencou 74,6%, somando apenas R$ 167 milhões
- No total físico + digital, o volume bruto de vendas caiu 11,6%, fechando em R$ 3,7 bilhões
A queda abrupta no canal online é consequência direta da decisão da empresa de reduzir drasticamente o marketplace e priorizar uma venda digital integrada às lojas físicas, dentro do modelo de omnicanalidade.
Enquanto isso, as lojas físicas mantiveram um desempenho estável, com R$ 3,4 bilhões em GMV no trimestre — um sinal de que o varejo presencial ainda sustenta a operação.
Nova fase: menos espaço, mais integração e foco no consumidor
A Americanas afirma que o terceiro trimestre encerra seu ciclo mais duro de reestruturação e abre espaço para uma nova fase da estratégia comercial. Entre as ações anunciadas:
- Expansão de acordos com grandes fornecedores
- Fortalecimento do programa de fidelidade Cliente A
- Avanço em serviços financeiros
- Aposta total no modelo “compre online, retire na loja”
- Redimensionamento de lojas com baixo desempenho
- Foco em conveniência e logística rápida
- A empresa ainda mantém uma base de aproximadamente 45 milhões de clientes ativos, que será o principal alvo da retomada.
O que está por trás da decisão?
Os cortes massivos mostram que a empresa:
- Enfrenta forte pressão de caixa
- Busca eficiência com menos lojas e menos estoque
- Quer centralizar esforços no físico + digital integrados
- Corre para recuperar relevância no varejo após a crise de 2023
Especialistas afirmam que a Americanas está tentando espelhar modelos bem-sucedidos de omnicanalidade usados por redes internacionais — mas com o desafio extra de recuperar a confiança do mercado.

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