O Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) deu um salto tecnológico histórico ao realizar, nesta quarta-feira (3), a primeira cirurgia utilizando o motor de vibração ultrassônica Piezo, equipamento adquirido recentemente e que promete transformar o atendimento a pacientes com fissura palatina e outras condições que exigem reconstrução óssea facial.
A tecnologia, já utilizada em centros avançados ao redor do mundo, oferece cortes extremamente precisos, menor trauma cirúrgico e recuperação mais rápida e menos dolorosa — benefícios que impactam diretamente crianças e adolescentes que enfrentam longos tratamentos por causa de malformações congênitas.
Primeiro paciente, um menino de 12 anos, celebra avanço
O pioneiro no uso do novo equipamento foi Felipe Alves, de 12 anos, nascido com fissura palatina e lábio leporino. Sua mãe, Lorena Alves, acompanhou emocionada mais um passo da trajetória cirúrgica do filho.
“Cada cirurgia é uma emoção diferente. Mas eu confio muito na equipe. Eles estudam o caso dele com carinho e estão sempre buscando algo melhor”, disse Lorena.
Ao longo dos anos, Felipe já passou por vários procedimentos no HRAN, referência regional no tratamento de fissuras. A mãe destaca que o hospital sempre ofereceu acolhimento e atendimento exemplar.
Como funciona a cirurgia com o Piezo?
O procedimento consiste em retirar um fragmento ósseo da região da bacia e implantá-lo na arcada superior da boca, reconstruindo o arco maxilar e permitindo avanços no tratamento.
Antes do Piezo, essa remoção era feita com instrumentos manuais — como martelo e cinzel — gerando mais trauma, sangramento e recuperação lenta.
Agora, o motor ultrassônico traz:
- Cortes muito mais precisos
- Menos sangramento
- Redução no tempo cirúrgico
- Menos dor e inchaço no pós-operatório
- Menor risco de necrose e danos a tecidos moles
Segundo o coordenador do Serviço Multidisciplinar de Atendimento a Fissuras Labiopalatinas, Marconi Delmiro, o avanço é enorme:
“Com o novo instrumento, teremos mais segurança, precisão e uma recuperação muito melhor para os pacientes.”
O que é a fissura palatina e por que exige tanta atenção?
As fissuras labiopalatinas são as malformações congênitas mais comuns da região da cabeça e pescoço. No Brasil, ocorre 1 caso a cada 650 nascimentos.
Se não tratada adequadamente, a condição pode afetar:
- alimentação
- fala
- respiração
- audição
- autoestima e saúde emocional
Por isso, o acompanhamento precoce e multidisciplinar é fundamental.
HRAN: referência absoluta no Centro-Oeste
O HRAN é referência regional no tratamento de fissurados e conta com uma equipe interdisciplinar altamente especializada. O ambulatório oferece:
diagnóstico precoce
orientação sobre alimentação
acompanhamento multiprofissional
suporte emocional e social às famílias
Agendamentos: segundas-feiras, das 14h às 18h, no corredor laranja do ambulatório.

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