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ELEIÇÕES 2018: OS CANDIDATOS, O RECALL E UMA DISPUTA EMBOLADA


Opinião - Por Ricardo Callado
A pesquisa do conceituado Instituto Dados, encomendada pelo portal Metrópoles, sobre a corrida eleitoral de 2018, traz um quadro de momento que merece ser estudado. Claro que boa parte dos nomes deve ser descartada, mas é a vontade do eleitor que prevalece. E outros nomes não citados podem entrar na disputa.
O levantamento mostra que mais de um terço da população não tem candidato definido, o que é mais que normal pela distância do período eleitoral. E também porque não existem candidaturas postas oficialmente.
Dos nomes colocados, pelo menos dois estariam fora da disputa. Líder na pesquisa, o senador José Antônio Reguffe (sem partido) já deixou bem claro que não será candidato em 2018. Assumiu o compromisso de ir com seu mandato até o fim. E vai cumprir sua palavra com a coerência que sempre teve na vida pública.
Jofran Frejat (PR) também descarta ser candidato. Seu nome aparece bem posicionado, apenas atrás de Reguffe. É o recall de ter sido o segundo colocado nas eleições de 2014. Como o atual governo não vem conseguindo boa avaliação, o eleitor tende a remeter a lembrança ao principal adversário no pleito anterior. Daí Frejat aparecer como alternativa para o brasiliense.
O assessor da Presidência da República, Tadeu Filippelli é a novidade da pesquisa. Ele apareceu como o terceiro nome mais lembrado, atrás de Reguffe e Frejat. Da turma que realmente é candidato, Filippelli é o melhor colocado, mas para se viabilizar terá que construir um arco de apoios e apresentar um projeto político consistente.
Filippelli vem trabalhando nessa intenção adotando a estratégia do ciscar para dentro como o ex-governador Joaquim Roriz fazia tão bem.
Colado em Filippelli aparece o deputado federal Izalci Lucas (PSDB). Sem espaço em emissoras de TV e nos jornalões, Izalci surge como a grande surpresa. Vem construindo a sua candidatura mostrando seu trabalho parlamentar através de espaços conseguidos nas Novas Mídias (blogs e portais), que será cada vez mais influente nas próximas eleições. Izalci é quem hoje tem maior potencial de crescimento.
Com a exposição de ter sido candidato a Presidência da Câmara dos Deputados, Rogério Rosso (PSD) surge em quinto. Rosso já foi governador e se o cavalo passar selado não descarta uma volta ao Palácio do Buriti. A dificuldade em construir uma aliança em torno do seu nome pode leva-lo a tentar uma vaga no Senado.
Filippelli, Izalci e Rosso podem até caminhar juntos nas próximas eleições. Soma-se a eles nomes como o do deputado Alberto Fraga (DEM), da deputada Celina Leão (PPS) e dos ex-deputados Eliana Pedrosa (sem partido) e Alírio Neto (PTB).
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) foi o que apresentou a maior queda nas intenções de votos, de 12,8% para 3,9%. Esse índice é a insatisfação de momento com o governo, mas numa eleição, com mais dois anos de governo e uma boa estratégia para apresentar o que conseguiu fazer, pode voltar facilmente para a casa dos dois dígitos.
Só se acontecer um desastre muito grande para Rollemberg conseguir chegar na eleição pior que Agnelo Queiroz (PT), mesmo alguns já comentando isso. Na política, nunca se pode subestimar,
No grupo de baixo, os outros nomes citados pela ordem são Chico Leite (Rede), Alberto Fraga, Agnelo Queiroz (PT), Celina Leão, Renato Santana (PSD) e Renato Rainha (sem partido).
Dos seis nomes, apenas Fraga é um nome cogitado para disputar realmente o Buriti. Eleito como o mais votado para a Câmara Federal em 2014, Fraga vai intensificar em 2017 o discurso de oposição ao governo Rollemberg. A estratégia deu certo no governo Agnelo.
Aliado de Rollemberg, Chico Leite é candidato ao Senado, inclusive com postulação já lançada pelo seu bloco na Câmara Legislativa formado por Rede, PV e PDT. Em 2010 e 2014, tentou entrar na disputa, mas o seu partido à época, o PT, não lhe deu a oportunidade. Agora na Rede, é nome certo para concorrer ao Senado.
Agnelo está fora da vida pública. Com um governo desastroso onde deixou a máquina pública quebrada, responde a várias ações de improbidade administrativa.
Celina terá que se desenrolar da Operação Drácon e provar sua tese de que fizeram uma armação contra ela para analisar qual será o seu caminho em 2018. Seu nome já foi forte ao governo, mas agora está em baixa e tem outros nomes a sua frente na fila.
Atual vice-governador, Renato Santana vai seguir o que o líder do seu partido, Rogério Rosso, desenhar. Pode ser candidato a distrital ou a federal. Já teve em alta no primeiro ano de governo, mas depois de polêmicas com o governador e gravações sobre irregularidades na Secretaria de Saúde, submergiu e quase não se fala mais no nome dele.
O atual presidente do Tribunal de Contas, Renato Rainha, deseja surgir como uma alternativa para o Buriti. Mesmo habilidoso politicamente, construir sua candidatura será uma missão muito difícil.
Faltaram pelo menos três nomes nesta pesquisa, que podem ser testados em futuros levantamentos. O presidente eleito da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), cogitado como a terceira via em 2018, é um deles.
O PPS também pode surgir com uma candidatura. Integrantes da Executiva do partido querem lançar o nome do deputado Raimundo Ribeiro para disputar o Governo do DF. Teria o apoio da deputada Celina Leão e do senador Cristovam Buarque.
Caso não apoie à reeleição do governador Rodrigo Rollemberg, um nome do PT deve ser colocado na disputa. Erika Kokay e Geraldo Magela são os mais prováveis.
Além disso, nunca se pode esquecer o nome do ex-governador José Roberto Arruda (PR). Ele tenta na justiça se livrar das ações da Caixa de Pandora. Os últimos andamentos da ação no Superior Tribunal de Justiça são favoráveis a Arruda, mas sua candidatura é incerta. Sempre se consegue algum empecilho jurídico para evitar que ele consiga ser candidato.
Esse é o desenho de hoje que o Instituto Dados nos permitiu analisar. Até lá, muita movimentações irão acontecer, mas na eleição de 2018 um desses nomes vai cruzar a linha de chegada. No atual cenário não há espaço para um novo nome.


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