Deputado
federal Alberto Fraga (DEM-DF) apresentou nesta segunda-feira (13) um
projeto de lei que propõe anistia a possíveis punições aos
policiais militares do Espírito Santo que paralisaram as atividades
nas últimas semanas.
Ao
longo dos últimos dias, a paralisação de policiais militares no
Espírito Santo levou o estado a uma crise na segurança pública,
com a morte de mais de 146 pessoas, segundo o Sindicato dos Policiais
Civis do Espírito Santo (Sindipol).
Desde
2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem se manifestado contrário
a greves de policiais civis, militares e federais, com o argumento de
que a Constituição os proíbe de entrar em greve. Os ministros da
Corte avaliam que os movimentos representam risco à segurança
pública e à manutenção da ordem.
Familiares
de policiais bloquearam as saídas dos batalhões e o governo federal
chegou a enviar tropas das Forças Armadas e da Força Nacional para
reforçar a segurança na Grande Vitória. Elas pedem melhores
condições de trabalho para a PM e aumento salarial (reposição da
inflação e 10% de ganho real).
Elas
alegam que estão no comando da paralisação, mas, para as
autoridades, essa é uma tentativa de encobrir o que, na verdade,
seria um motim dos PMs.
O
projeto de Fraga deixa claro que os militares não poderão ser
punidos. “Esta lei concede anistia aos militares do estado do
Espírito Santo processados ou punidos por participar de movimentos
reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de
trabalho, ocorridos no período de 1° a 13 de fevereiro”, diz o
texto.
Embora
tenha carreira na PM, Fraga é membro da base aliada do governo e
confronta orientação dada no sábado (11) pelo ministro da
Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy.
“Aqueles
que porventura imaginam que terão qualquer tipo de iniciativa na
linha de anistia do Congresso Nacional, de obter anistia para os
amotinados, eu quero deixar claro que não terá a menor
possibilidade de apoio da base política do presidente Michel Temer”,
disse o ministro no fim de semana.
Fraga respondeu ao ministro. “Embora o Imbassahy tenha dito que não
adianta tentar, quem vai decidir são os deputados. Se houver uma
retaliação, como estão anunciando, não tenha dúvida de que a
tropa vai começar a fazer corpo mole”, afirmou.
Ele
argumentou que as esposas dos militares lideraram o movimento e
ressaltou que o governo descumpre a Constituição ao não conceder
reajuste à categoria. “Esse movimento não é uma ação
reivindicatória, mas sim uma reação”, disse, na justificativa do
projeto.
Na
última sexta (10), o Comando da Polícia Militar do Espírito Santo
informou que iniciou procedimentos para punir policiais que
participaram da paralisação. As investigações apontam que houve
motim ou revolta, o que é considerado crime.
No
mesmo dia, o secretário de Segurança Pública, André Garcia,
afirmou que 703 policiais foram indiciados pelo crime de revolta, o
que pode gerar penas de expulsão da PM e prisão.
Fonte:G1
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